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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Pela primeira vez, o número de mulheres é 12,5% das candidaturas registradas



27/09/2012 17:56
As eleições municipais de outubro trazem um número inédito. Pela primeira vez, 1.907 mulheres disputam o cargo de prefeito, representando 12,5% das 15.304 candidaturas registradas.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, a participação feminina aumentou dois pontos percentuais em relação às eleições de 2008. Na época, havia 1.641 mulheres dentre 15.903 candidatos, ou 10,3% do total.
Outro dado interessante divulgado pelo TSE: nos 5.565 municípios do Brasil, existem 51 cidades onde só há mulheres candidatas. É o caso, por exemplo de Peruíbe, cidade do litoral sul de São Paulo, onde três mulheres disputam a prefeitura.
Para a consultora legislativa Silvia Rita de Souza, autora do livro "A Mulher Candidata: competindo para vencer?", as mulheres estão preparadas para entrar na política, mas ainda têm certo receio. Ela ressalta que a participação feminina na disputa de cargos públicos pode aumentar ainda mais.
"A gente percebe que tem avançado, mas a passos lentos. A gente precisa fazer um trabalho muito mais forte nos partidos para que isso avance ainda mais e que a mulher trabalhe um pouco a sua auto-estima e veja que ela tem condições, tanto quanto o homem de construir a democracia no país."
Criada em 1995, a Lei de Cotas de Gênero sofreu uma alteração em 2009 e agora obriga os partidos a ter um mínimo de 30% de mulheres em suas chapas. Antes, a legislação obrigava as legendas a "reservar" as vagas, enquanto agora é preciso "preenchê-las".

Ainda assim o aumento do número de candidatas nessas eleições ainda é considerado tímido, se comparado à participação feminina em outros países, conforme o ranking elaborado pela Inter-Parliamentary Union, entidade que ocupa o cargo de observador da ONU. Com 52% do eleitorado formado por mulheres, o Brasil possui apenas 9% de deputadas federais, por exemplo, uma média bem inferior ao percentual mundial (20,3%). No topo da lista de 144 países estão Ruanda em primeiro lugar, com 56,3%, seguida de Andorra (50%), Cuba (45,2%) e Suécia (44,7%). Na lanterna, junto com o Brasil, na centésima vigésima posição, estão Panamá (121º), Benin (122º) e Gana (123º). Arábia Saudita e Catar estão na última posição (144º).
A deputada Luiza Erundina (PSB/SP) atribui a fraca participação feminina a preconceitos e resistências dentro dos próprios partidos políticos.
"Sobretudo quando se trata da divisão de poder porque quando você pensa em aumentar o número de mulheres, seja no Executivo, seja no Legislativo, está se dizendo o quê? Nós queremos que os homens dividam o poder com as mulheres ou que as mulheres tenham igualdade e oportunidade de pelo menos diminuir essa defasagem, que é imensa, da presença feminina nos espaços de poder."
Segundo a deputada Janete Rocha Pietá (PT/SP), três pontos são fundamentais para mudar esse cenário: o financiamento público e exclusivo das campanhas, o que daria às mulheres sem condições financeiras mais chances de participação; a adoção do voto em lista, com a inclusão das mulheres; e a criação de novos mecanismos para facilitar a participação das minorias.
De Brasília, Idhelene Macedo

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