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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

 11:55

Como o carinho afeta a vida das pessoas?

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Será que as pessoas sofreriam menos estresse se demonstrassem mais afeto? Por que para muitos é tão difícil demonstrar carinho? A Johnson & Johnson encomendou ao Ibope uma pesquisa com 2 mil brasileiros de diferentes classes, gêneros e regiões do país para tentar responder a algumas dessas perguntas.
A pesquisa, realizada em julho último, demonstrou que 62% da população reconhece que o carinho tem muita importância em suas vidas e que para os brasileiros os sentimentos que melhor descrevem o carinho são amor (43%), atenção (19%) e afetividade (13%).
“Quando associado às palavras amor, atenção e afetividade, o carinho é percebido pelas pessoas como manifestação concreta, o sentimento genuíno em relação a outra pessoa. O brasileiro tem absoluta clareza sobre estes sentimentos”, afirma o Prof. Dr. José Roberto Leite, coordenador da Unidade de Medicina Comportamental, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp e fundador do CEMCO – Centro de Estudos em Medicina Comportamental, que analisou a pesquisa.
As mulheres demonstram mais carinho (69%) do que os homens (54%). E são os homens que sentem mais falta de carinho (30% contra 26% das mulheres).
“Há um aspecto sociocultural que temos que considerar, pois para o homem é mais difícil vencer o preconceito em assumir que o carinho é importante para sua vida”, explica Leite.
Boa parcela da população brasileira se sente carente. Enquanto 35% afirmaram que receberam muito carinho em suas vidas, 28% declararam não ter recebido. Já 21% dos brasileiros disseram não ter manifestado carinho a ninguém.
“A correria do dia a dia, estilo de vida, entre outros fatores estressantes, podem ter influenciado este resultado”, comenta o especialista.
Se o carinho é muito relevante, o dinheiro não ocupa a mesma posição: apenas 28% disseram que o dinheiro é muito importante em suas vidas.
“Isso confirma os dados da literatura científica de que não há uma relação direta entre poder econômico e felicidade. Por exemplo, no ranking dos países mais felizes do mundo, a Indonésia, um país com poucos recursos, ocupa o primeiro lugar da lista”, explica.
No âmbito familiar, mais de um terço da população afirma que hoje existe mais carinho na família do que antigamente.
“O relacionamento nas famílias era um tanto frio, distante, sem muito afeto. Éramos criados para ficar quieto e respeitar o mais velho. E isso nos condicionava a não expressar o que sentíamos. Acabávamos trocando o afeto por desempenho. Esse era o padrão cultural daquela época. Hoje a relação entre pais e filhos é muito mais próxima e aberta”, diz o professor.
No ambiente social, 77% declararam que há menos carinho. Dentre os motivos, destacam-se o egoísmo (46%), o trabalho em excesso (13%) e o medo das pessoas em expressar os seus sentimentos (13%).
Quando perguntados se estariam propensos a ajudar um desconhecido, 29% se mostraram disponíveis enquanto 32% não demonstraram a mesma predisposição. Para Leite, o resultado é bastante positivo, uma vez que mesmo com a violência crescente, boa parcela da população ainda está disposta a ajudar um desconhecido.

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