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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Currais Novos RN.



Brazil / Rio Grande do Norte / Currais Novos /
  cidade
Currais Novos é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte localizado na região do Seridó.

De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2005, sua população é de 41.144 habitantes.

Suas principais atividades econômicas são a agricultura, pecuária, extração mineral.

História

Origens
A cidade de Currais Novos foi colonizada inicialmente por Criadores de Gado, dentre os quais o mais importante foi Cipriano Lopes Galvão, nomeado Coronel do Regimento de Cavalaria da Ribeira do Seridó pelo então governador Pedro de Albuquerque Melo, e agricultores que têm em sua origem cristãos-novos vindos dos Açores e de Portugal.

Cipriano Lopes Galvão veio de Igaraçu- PE com sua esposa Adriana de Holanda e Vasconcelos no ano de 1754 para a região do Totoró. No local, fixou residência e fundou uma fazenda de gado. Quando requereu as terras em 1754, cujo requerimento consta no livro número 5 de Sesmarias do Rio Grande do Norte, já morava no local há anos e tinha seu rebanho bovino com os devidos empregados, chamados de vaqueiros. É certo que sua sesmaria abrangia desde a bifurcação emtre os rios Totoró e Maxinaré até a região do Rio São Bento.

Na época, não existia o município de Acari nem o de Vila do Príncipe (atual Caicó) e toda a região, então denominada Ribeira do seridó, pertencia à Paraíba.

Aproveitando as boas pastagens que o Rio São Bento oferecia, o gado de seu rebanho se deslocava até aí para se alimentar e beber, fato que dificultava o trabalho dos seus empregados. Observando tal dificuldade, resolveu construir currais de pau-a-pique, com troncos de aroeira, nos quais tirava- se o leite das vacas, adestrava- se os bezerros e marcava- se o restante do gado com o método do ferro moldado e aquecido no fogo. Contavam com uma infra- estrutura para a troca e comercialização, bem como para a hospedagem dos parceiros comerciais. A partir destes, casas começaram a ser construídas e vários outros fazendeiros passaram a requerer terras nas circunvizinhanças para aproveitar a proximidade com a emergente feira de gado.


Origem e evolução do nome
Com o crescimento da feira de gado, o Coronel Cipriano resolveu desmembrar o espaço de suas terras, dando- lhe o nome de Fazenda Bela Vista. Após sua morte em 1764, seu filho, o Capitão- Mor Cipriano Lopes Galvão Filho, assumiu os negócios, reformou os currais e investiu cada vez mais no comércio do gado. Bela Vista foi ficando casa vez mais movimentada, já que era ponto de encontro comercial de várias partes do estado. Todos os tropeiros e viajantes marcavam suas reuniões nos "Currais Novos do Capitão", nome pelo qual o crescente povoado passou a ser designado.

A partir de 1813, com a morte do seu dono, mudou- se o nome definitivamente para povoado Currais Novos, nome que persiste até os nossos dias


A capela de Sant'Ana
No ano de 1777, houve uma grande seca (a famosa "seca dos três setes"). O Capitão- Mor Cipriano Lopes Galvão viu- se muito aflito com a inexistência de água para seu rebanho.

Celestino Alves, em Retoques da História de Currais Novos, nos cita: O Capitão fez uma promessa: se Deus fosse servido para que chovesse e enchesse as cacimbas para escapar o gado, ele erigiria uma capela em homenagem à gloriosa Senhora Santa Ana na sua fazenda. Tal promessa foi feita em 26 de julho, dia em que a água acabou totalmente. Na mesma noite , choveu e os rios e cacimbas encheram, formando um novo poço próximo aos currais, ao qual chamou de Poço de Sant'Ana.

Em 1808, a dita promessa foi cumprida com a construção da capela, que teve sua autorização outorgada pelo Bispo de Olinda em 24 de fevereiro de 1808, tendo o lançamento da pedra fundamental ocorrido em 26 de julho do mesmo ano pelo padre Francisco Brito Guerra. A doação de meia légua de terras na ponta da Serra do Catunda está registrada em escritura lavrada em 5 de janeiro de 1808. kihuny


Povoado, distrito e município emancipado
Depois da morte do idealizador da capela em 13 de dezembro de 1813, o Capitão Gonsalo Lopes Galvão ficou na chefia das terras e do povoado. Organizou a construção das casas obedecendo o alinhamento de ruas, construiu a primeira casa paroquial e a primeira escola (só para meninos, como era de costume), além de outras obras de urbanização.

Durante o reinado de Dom Pedro II, a povoação foi instituída Distrito de paz, através da resolução provincial nº 301 de 6 de setembro de 1854.

O Distrito pertenceu ao município de Vila do Príncipe (Caicó) de 31 de julho de 1788 a 11 de abril de 1833, quando passou a pertencer ao município de Acari.

O Múnicípio foi criado em 15 de outubro de 1890 pelo decreto nº 59, do então governador provisório Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, com instalação em Sessão Solene realizada no dia 26 de fevereiro de 1891 pelo então presidente da Intendência acariense, O Capitão Cipriano Bezerra de Santa Rosa. Mas a emancipação política só veio ocorrer em 1920, com a elevação do distrito a cidade.

Geografia

Clima
Tipo: clima muito quente e semi-árido, com estação chuvosa atrasando-se para o outono.

Precipitação Pluviométrica Anual: normal: 610,5 mm observada: 615,1 mm

desvio: 4,6 mm

Período Chuvoso: fevereiro a abril

Temperaturas Médias Anuais: máxima: 33,0 °C

média: 27,5 °C

mínima: 18,0 °C

Umidade Relativa Média Anual: 64%

Horas de Insolação: 2.400


Relevo
De 200 a 400 metros de altitude.

Serras: do Chapéu, Vermelha, do Piauí, do Doutor e de São João.

Planalto da Borborema - terrenos antigos formados pelas rochas Pré-Cambrianas como o granito, que se estende pelo Estado, onde encontram-se as serras e os picos mais altos.


Vegetação
A caatinga subdesértica do Seridó é a vegetação mais seca do estado, com arbustos e árvores ralas e de xeroftismo mais acentuado. Este tipo de vegetação tem diversas espécies, das quais as mais encontradas em Currais Novos: pereiro, faveleiro, facheiro, caatingueira, marmeleiro, jatobá, macambira, mandacaru, xique- xique e jurema- preta.

Segundo o Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD), que define desertificação como a degradação de terras nas zonas áridas, semi- áridas e sub- úmidas, resultante de fatores diversos tais como as variações climáticas e as atividades humanas, Currais Novos está inserido em uma área susceptível em categoria muito grave.

Formação
Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactácea e plantas de
porte mais baixo e espalhadas.

Caatinga Subdesértica do Seridó - vegetação mais seca do Estado, com arbustos e árvores baixas, ralas e de xerofitismo mais acentuado.


Hidrografia e recursos hídricos

Águas Superficiais
O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica Piranhas-Açu, sendo banhado pelas sub-bacias dos rios Currais Novos, Picuí e Acauã.

Todos os cursos d’ água têm regime intermitente e os principais tributários são: a Norte, os riachos do Olho d’ Água, Salgadinho, do Namorado, do Feijão, do Mofumbo, da Umburana, do Saquinho, Salgado, Barro Branco, da Barragem, Pau Branco, dos Angicos, Catunda, São Miguel, da Onça, do Meio, das Areias, das Queimadas, Pitombeira, Pai Mané, São Miguel, do Umbu, da Rudia, do Angico, da Quixabinha e Ligação; na Porção Central: os riachos da Roça, Solidão, Suçuarana, Pau-do-Leite, do Facheiro, Maniçoba, da Cruz, do Cipó, do Açude, do Mulunguzinho e do Bonifácio; a Sul, os Rios Acauã, Molungu e Picuí além dos riachos: da Colher, Boa Vista, da Mochila, Gavião, Quinturerê, Saco do Umbu, do Cachorro, Boca da Laje; a leste, o Rio Mulungu e os riachos Poço da Serra, Bonifácio, das Baraúnas, do Mosquito, Pau-Ferro, dos Freires, Tanque Grande e Pedra Branca; a Oeste, os riachos das Ovelhas, da Roça, do Saco, Malhada Comprida, dos Molambos, Serrote do Chumbo, do Saquinho, Manoel Cosmo, Lagoinha e Macaco.

Os corpos de acumulação de água no município são os açudes: Barra do Catunda (2.240.000m3), do Pico ou Totoró (3.941.000m3), Dourado (10.322.000m3), Pedra Branca, Gangorra ou Úrsula Medeiros (2.682.000m3), Alívio, Feijão (796.312m3), Desembargador Salustino, São Roque, Furna da Onça, Público de Currais Novos (3.815.000m3), Riacho Fechado II, Mocotó, Saco dos Veados e Barra Verde. O padrão de drenagem é do tipo dendrítico e todos os cursos d’ água têm regime intermitente.

Águas Subterrâneas
Está inserido no Domínio Hidrogeológico Intersticial e no Domínio Hidrogeológico Fissural. O Domínio Intersticial é composto de rochas sedimentares da Formação Serra dos Martins. O Domínio Fissural é constituído de rochas do embasamento cristalino que englobam o sub-domínio rochas metamórficas constituído da Formação Seridó, Formação Jucurutu e da Formação Equador e o sub-domínio rochas ígneas constituído dos Granitóides, Suíte Poço da Cruz, Suíte calcialcalina Itaporanga, Suíte calcialcalina Conceição e da Suíte M áfica.

Economia
A cidade cresceu e desenvolveu-se através da criação de gado bovino e teve toda a sua história atrelada a ciclos econômicos bem definidos, sendo o primeiro o ciclo do gado, sucedido pelo ciclo do algodão e depois pelo ciclo da mineração, liderado pela Mina Brejuí, que teve um declínio na década de 90 e retoma as suas atividades agora no ano de 2006, voltando a ser um dos maiores exportadores de scheelita do mundo e gerando 200 empregos diretos, com perspectiva de expansão do setor, ligado, também, ao turismo, desenvolvido nos túneis inativos, nas trilhas e no Memorial Tomás Salustino, museu que conta a história da família de mesmo nome e dos tempos áureos da mineração.

A pecuária é extensiva, envolvendo, principalmente, a criação de suínos, bovinos, eqüinos, assininos, muares, ovinos, caprinos e coelhos (ainda inexpressiva). A produção de leite bovino e caprino vem se destacando e é uma das maiores regiões produtoras do Seridó.

A agricultura também segue o regime extensivo, muitas vezes de subsistência, envolvendo a policultura. Destaca- se, na horticultura, a produção de coentro, tomate, alface e pimentão. Apresenta limitações muito fortes no uso agrícola, principalmente pela falta d'água, erosão e pelos impedimentos do uso de maquinários, em decorrência do solo pedregoso, rochoso e meio acidentado.

Destaca-se ainda a pesca, a extração vegetal e mineral (principalmente de sheelita) e a silvicultura.

O pólo turístico está em formação, com a abertura de novos hotéis e pousadas e a divulgação emprendida pela Prefeitura Municipal e outros setores nas diversas áreas do país.

Em 2002, conforme estimativas do IBGE, o PIB era de R$ 96,208 milhões e o PIB per capita, R$ 2.358,00.

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