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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Carros-pipa já percorrem 120km em busca de água

Valdir Julião - Repórter

Mesmo com a “Operação Carro Pipa” em curso, as dificuldades de abastecimento de água na zona rural dos 144 municípios do Rio Grande do Norte em situação de emergência tendem a piorar, caso persista a falta de chuvas no semiárido. O coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel bombeiro Josenildo Acioli Bento, disse que no começo da crise, em março de 2012, o percurso previsto para a captação de água pelos “pipeiros” era de 45 quilômetros, mas devido à redução dos volumes de água dos mananciais e sem a reposição dos reservatórios pela falta de chuvas, essa distância agora chega a ser de até 120 km.








Júnior Santos
Hoje, 407 carros-pipa fazem a distribuição de água para as cidades que sofrem com a estiagemHoje, 407 carros-pipa fazem a distribuição de água para as cidades que sofrem com a estiagem
“Em alguns municípios não tem como pegar água”, disse Josenildo Acioli. A captação é feita em 35 municípios. Já o presidente da Associação dos Municípios do Litoral Agreste (Amlpa), Fabianio de Souza Teixeira, disse que outros municípios da região que não estavam em situação de emergência, passaram a essa condição, como Jundiá, 70 km ao sul de Natal, que não tem mais de onde tirar água para consumo humano.
Teixeira disse que a permanecer a estiagem, a situação vai ficar mais dramática ainda, porque municípios como Passa e Fica, já na divisa com a Paraíba, contrataram carro pipa diretamente para trazer água de poço em Brejinho, a 51 km. Como o poço secou, passou a buscar água em Vera Cruz, a 70 km. “O lençol freático está baixando”, disse ele.
Fora esse problema, também não existe carros-pipas disponíveis e em número suficiente para toda demanda. “Tem pipeiro sendo contratado na Paraíba”, disse o tenente-coronel Acioli. A Defesa Civil contabiliza 407 carros-pipa circulando no Rio Grande do Norte, dos quais 114 são contratados pelo programa da Defesa Civil nacional, cuja execução está a cargo do Exército.
Trinta e cinco são contratados pelo governo estadual e outros têm contratos feitos diretamente com as prefeituras, além da frota de “pipeiros” particulares. Fora isso, o abastecimento de 13 cidades é feito por carros-pipa contratados pela Companhia de Abastecimento de Água do Rio Grande do Norte (Caern).

Atualmente, 15 municípios são abastecidos exclusivamente por carros-pipa. Os contratos recentes feitos pela Defesa Civil do Estado são de março e têm duração de quatro meses, com término previsto para junho. O custo médio dos contratos é de R$ 60 mil ou R$ 15 mil ao mês.
Situado a 166 quilômetros a noroeste de Natal, Afonso Bezerra está com a maioria dos reservatórios naturais secos, segundo o prefeito Jackson Bezerra (PSD). A cidade é abastecida por dois caminhões-pipa, mas seriam necessários, pelo menos, quatro. A situação da prefeitura, segundo ele, é de extrema dificuldade financeira e não permite bancar essa despesa.

Conab recebe 5 mil toneladas de milho na próxima semana
A Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aguarda até o fim da próxima semana, via transporte rodoviário, a chegada de cinco mil toneladas de milho provenientes do leilão realizado no dia 27 de março, a fim de recompor os estoques dos armazéns da empresa estatal em Caicó, João Câmara e Umarizal. Afora isso, o superintendente da Conab, João Maria Lúcio da Silva, informou que existem em estoque, hoje, duas mil toneladas de milho em Assu e mil em João Câmara.
João Lúcio da Silva disse que já nesta segunda-feira (8) viaja a Brasília para uma reunião dos superintendentes regionais com o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, com quem será debatido o volume do milho a ser destinado a cada um dos nove estados do Nordeste e Minas Gerais: “Cada um vai querer puxar para o seu Estado”.
Desde quando começou a operação especial com leilões simultâneos para recomposição dos estoques de milho para os estados afetados pela estiagem, em junho do ano passado, a Conab já mandou para o Rio Grande do Norte cerca de 30 mil toneladas das 75 mil toneladas previstas para reabastecimentos dos oito armazéns da Conab em Natal e no interior do Estado.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, a Conab informou que os secretários estaduais de Agricultura estiveram reunidos em Brasília justamente para discutir com a presidência da Conab o volume de milho que serão destinados à região Nordeste e norte de Minas Gerais, mas a empresa confirmou que não havia recebido informações da Secretaria Executiva da Casa Civil do governo, no sentido de que já estariam liberados, imediatamente, 28,8 mil toneladas de milho para o Rio Grande do Norte.
O secretário estadual da Agricultura, da Pesca e da Pecuária, José Teixeira de Souza Júnior, informa que viriam 16,8 toneladas de milho em caminhões graneleiros, enquanto 12 mil toneladas vão chegar por navio para 18 mil produtores rurais do RN, a ser descarregado no porto de Natal.
“Na última semana de abril a gente volta a Brasília definir o volume de milho para os meses sub-sequentes”, afirmou Teixeira, ao esclarecer “o que já foi contratado pela Conab, cerca de 11 mil toneladas do grão para o RN, permanece” dentro das 340 mil toneladas que virão para o Nordeste.
Semarh aguarda sinal verde da CEF em três obras
Apenas uma parte das obras do PAC Seca do Rio Grande do Norte está a cargo da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que aguarda somente a aprovação de três projetos no âmbito da Caixa Econômica Federal (CEF) para começar a executá-los. Outros dois estão sendo avaliados no Ministério da Integração, totalizando os cinco cerca de R$ 81,98 milhões.
Em face da situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil nacional, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Leonardo Rego, informou que não haverá demora no início das obras, que vão começar tão logo a CEF dê o crivo aos projetos. As obras vão obedecer ao chamado de RDE – Regime Diferenciado de Contratações Públicas, que propicia aos estados e municípios agilidade na contratação.
Outros dois projetos estão sendo negociados junto ao governo federal, inclusive dependendo de empenho de recursos no Orçamento Geral da União (OGU), que são as obras de construção das barragens Poço de Varas, em Coronel João Pessoa e Pedra Branco, em Angicos, municípios das regiões Oeste e do Sertão/Central do Estado.

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