Nelson Piquet, em 1981, a bordo de sua Brabham, com a qual conseguiu seu primeiro título - Fernando Seixas
O tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet completa 60 anos nesta sexta-feira. Carioca, Piquet venceu os campeonatos de 1981 e 1983 com a Brabham e o de 1987 com a Williams. Dos 13 anos em que esteve nas pistas, disputou 204 GPs, teve 23 vitórias e largou em primeiro por 24 vezes. Estreou na categoria em 1978 pela pequena equipe Ensign e fez sua última prova a bordo de uma Benetton, em 1991, no GP da Austrália, prova vencida por Ayrton Senna, em que Piquet chegou em quarto. Foi ferrenho rival de Alain Prost, Nigel Mansell e principalmente de Ayrton Senna, com quem protagonizou uma das mais célebres ultrapassagens da categoria, no GP da Hungria de 1986.
Portugal, 1986: Senna, Prost, Mansell e Piquet
De estilo arrojado e muito conhecimento técnico, Piquet sempre se destacou por conseguir acertar seus carros de forma a tirar o máximo em cada pista. Desde muito jovem começou a trabalhar como mecânico, pilotou motos, kart, depois carros, passou pelas categorias de base no Brasil, como a fórmula Super Vê, conseguiu apoio e chegou à Europa. Lá trabalhou como seu próprio mecânico, motorista e preparador. Dormia muitas vezes em vans alugadas, mas ficou conhecido também nas categorias que antecediam a Fórmula 1, como o europeu de Fórmula 3.
Sua primeira vitória na Fórmula 1 foi no GP dos Estados Unidos, no circuito de rua de Long Beach, em 1980, com a Brabham, ainda de propriedade de Bernie Ecclestone. Um ano depois veio o primeiro título: terminou o campeonato com um ponto à frente do argentino Carlos Reutermann. No ano seguinte, no GP da Alemanha, liderava a corrida mas foi tirado pelo retardatário Eliseo Salazar, chileno da ATS, que não diminuiu a velocidade na entrada da chicane. Piquet saiu do carro e mandou uma saraivada de socos e chutes no piloto desatento.
Em 1983, festejou o título no GP da África do Sul, em Kyalami, última prova da temporada. A prova foi vencida pelo Italiano Riccardo Patrese (seu companheiro de Brabham) e Piquet chegou em terceiro. Assim, terminou o campeonato com 59 pontos, dois à frente do francês Alain Prost, da Renault/Elf.
Vitória no GP da Alemanha em 1987
Depois de mais duas temporadas ruins na Brabham, Piquet vai para a Williams em 1986, e no ano seguinte consegue seu terceiro titulo, vencendo dentro da pista e dentro da equipe o britânico Nigel Mansell – o titulo veio após Mansell rodar no GP do Japão, novamente última prova da temporada: Piquet ficou com 73 pontos contra 61 de Mansell. Desgastado com a relação dentro da própria equipe, Piquet fez mais duas temporada na Lotus e depois mais duas na Benneton, deixando a categoria em 1991.
Em 1992 tentou correr nas 500 Milhas de Indianápolis mas sofreu um terrível acidente. Foi o segundo pior da carreira – o primeiro foi em Imola, na curva Tamburello, a mesma em que Ayrton Senna bateu e perdeu a vida. Piquet estraçalhou sua Williams em 1987 e confessou ter ficado vários meses sem dormir direito, acordando por toda a noite. Mas em Indianápolis o dano foi maior: teve de reconstruir uma parte do pé depois de se chocar com o muro da pista oval a mais de 300 km/hora.
Aposentado, coleciona carro antigos, faz participações em provas como rali de carros antigos e tem como atividade principal comandar uma empresa de rastreamento de frotas, criada por ele em 1994. Fora das pistas, passou por uma situação constrangedora em 2008, quando o filho Nelsinho, então piloto da Renault, bateu seu carro de propósito no GP de Cingapura por orientação do chefe da equipe, Flavio Briatore, para ajudar seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso. Hoje, Nelson acompanha a carreira do filho na categoria americana Nascar Truck Séries.
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