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domingo, 10 de abril de 2011

Rosalba anuncia programas e renova crítica a antecessores

Rosalba voltou a criticar administração anterior
A governadora Rosalba Ciarlini aproveitou a entrevista coletiva sobre os 100 dias de governo para anunciar os primeiros programas da gestão, que serão dedicados à segurança e à saúde. O evento também foi marcado por uma contradição. Ela começou o pronunciamento de abertura afirmando que não irá mais olhar para o “retrovisor”, mas durante a entrevista renovou as críticas aos governos Wilma de Faria e Iberê Ferreira, ao apontar que convênios foram firmados de forma ilegal com os prefeitos e houve pagamento por contratos de aluguéis para os prédios das Centrais do Cidadão acima dos valores de mercado.
Júnior Santos 
Rosalba voltou a criticar administração anterior
Para a segurança pública, a chefe do Executivo afirmou que serão implantados os programas Ronda Cidadã e Sertão Seguro. Esse último será voltado ao interior. O Ronda, que vem de uma ideia defendida pelo vice-governadora Robinson Faria, mas implantada com outro nome, começará pela capital.

Na saúde, a governadora afirmou que ainda no primeiro semestre terá o “Samuzinho”, um Serviço de Atendimento Médico a Urgência dedicado a crianças. Além disso, o modelo do SAMU será difundido pelas regiões do Estado.

Em maio começará o “Ronda Cidadã”,  que terá no bairro Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte, como o programa piloto. “Outros Estados já fizeram, mas vamos adequar à nossa realidade. Vamos ter um trabalho integrado, teremos a ronda com carros da região dentro de critério de vigilância, policiais permanentes na área e integração das bases de toda área”, disse.

Em junho, ela afirmou que o Governo implantará o programa de segurança para o interior do Estado. Será o “Sertão Seguro”. O trabalho será desenvolvido pelo setor de inteligência da polícia. “O Sertão Seguro será uma companhia especial integrada ao Bope, será volante para todo interior”, destacou Rosalba Ciarlini.

A chefe do Executivo estadual dedicou parte do pronunciamento à Copa do Mundo de 2014. Ela disse não ter dúvida da realização do mundial em Natal e comparou o trabalho do atual Governo com a gestão passada.  “Havia uma falta de credibilidade daqui e do Brasil em relação à Copa do Mundo em Natal. Fizemos em 99 dias o que não foi feito em dois anos. Fizemos a licitação e vamos assinar a ordem de serviço e contrato. Para isso foi preciso muita viagem, muita conversa com bancos e até com a própria presidente do Brasil”, disse.

Sobre o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, Rosalba Ciarlini analisou que do mundial dependem várias obras para o Estado, inclusive o terminal que está em construção. “Essa e outras obras só virão se tiver Copa e vai ter”, comentou, acrescentando que após a conclusão do campeonato estadual as obras no estádio serão executadas.

A governadora Rosalba Ciarlini começou o pronunciamento afirmando que não é mais momento de olhar para o retrovisor e sim de “multiplicar ações”.

“Nosso Estado tem fragilidade e carências históricas. Mas nosso projeto é avançar e mais do que nunca começar a multiplicar as ações, sem olhar para o retrovisor. Vou olhar para frente, mas não podemos esquecer dos fatos passados para que eles não se repitam e o Estado possa entrar no trilho de equilíbrio e organização”, comentou.

Ela terminou o pronunciamento destacando: “Nosso governo veio para cuidar do presente e preparar o futuro”.

Entrevista

Saúde

“Saúde não e fácil. Mas eu posso dizer que várias ações estamos realizando. No Hospital de Santa Catarina, por exemplo, estamos reativando e colocando em dia o pagamento das cooperativas médicas. Estava um transtorno grande em relação ao atendimento. As filas que eram em média de cinco meses nas traumatológicas, hoje estão zeradas. Reativamos as cirurgias no hospital Deoclécio Marques e hoje o Walfredo Gurgel está melhor. É lógico que as filas não acabaram. Precisamos de mais leitos. Em relação à Saúde, temos algumas outras ações como o Samu, que tinha ambulâncias paradas. Fomos avisados da dificuldade que teríamos em Brasília, mas nada disso foi verídico. Nós mantivemos essas ambulâncias e a partir de maio vamos ter novas ações do Samu, como o Samuzinho, que é uma ambulância a ser entregue em 7 de maio para recém-nascidos. O Samu Metropolitano Leste será entregue em junho e entrará em funcionamento para atender a região agreste. Assu também terá o seu Samu em 14 de junho. O Oeste Salineiro começará em agosto. O Seridó será somete em outubro porque lá não existe nenhum Samu que possamos fazer a regulação. Precisamos ainda estruturar melhor os hospitais regionais”.

Segurança

“Nós preparamos um serviço de inteligência. Fizemos levantamentos para conhecer melhor essa situação de violência. Hoje formamos um mapa da violência que não tinha no nosso Estado. Não se combate a violência só com carro. Então o trabalho foi muito focado em criar essas condições para que agora nós possamos lançar dois programas, um é a Comunidade em Paz, com a Ronda do Cidadão, que vai começar por Natal em junho. Nossa Senhora da Apresentação (bairro da capital) será o nosso plano piloto. Nós vamos ter um trabalho integrado, policiais permanentes na área, onde encontraremos as comunidades e a integração das bases. Esse trabalho será o primeiro e esperamos que dê bons resultados. Além disso, vamos ter o Sertão Seguro, que começa agora em junho. Será uma companhia especial e itinerante ligada ao Bope. As ações serão direcionadas e realizadas com a orientação da inteligência”.

Cultura

“Vamos resgatar a nossa política cultural e já começamos valorizando o artista, pagando o que estavam devendo a eles.  Nós tivemos que fazer o pagamento dos Pontos de Cultura do ano passado e de 2009. Isso aí somou R$ 960 mil. A dívida com artistas chegava a R$ 2,3 milhões e da Fundação José Augusto a R$ 8 milhões. Nossa ideia é valorizar, custe o que custar, o artista da terra.”

Convênios

“O governo passado cancelou e depois fez com que os convênios existissem novamente sem ter o suporte orçamentário. Isso é ilegal. Como é que o próprio governo cancela depois da eleição e quando chega em 31 resolve voltar a empenhar? Isso é brincadeira. Nossa equipe analisou e disse que o único caminho era cancelar. Agora claro que se tem obras para concluir, vamos analisar uma a uma e ver o que podemos fazer dentro da legalidade. Quero dizer que farei convênios com os municípios e acho que é muito saudável que possamos somar esforços”.

Violência escolas

“A segurança nas escolas preocupa. Nós temos a ronda escolar e inclusive conversei com diretores de escolas públicas e privadas. Uma diretora de Parnamirim fez um pedido de estender e ampliar ainda mais o ronda escolar para o turno da noite. O coronel Araujo já está com o mapa das escolas para ver isso.”

Cargos comissionados

“Nós fizemos um corte de 30% e retiramos uma serie de benefícios que estavam sendo feitos de maneira generalizada. Para se ter uma ideia, só no ultimo ano a folha tinha crescido R$ 50 milhões por mês. Então tudo isso está sendo fruto de uma auditoria que está sendo feita permanentemente. Nós vamos liquidar a Datanorte, onde mais de 100 cargos já foram cortados. Isso não quer dizer que aquele funcionário que está em outros órgão não vai continuar. Ele vai sim”.

Retorno cargos

“Nós tivemos muita coisa que o governo passado não pagou. O nosso governo pagou já com orçamento desse ano. Cada vez que pagamos esses reajustes nós temos novas demandas. O governo passado colocou nos contra-cheques mas não pagaou. O terço de férias de todos os funcionários que não tinham recebido no ano passado, por exemplo, não foram pagos. Os jetons voltam a ser reimplantados após analisados e dentro do critério e da Lei de Responsabilidade Fiscal. Nossos cortes passam por tudo. Na saúde eram 85 comissões e vamos ficar com 24. E muita coisa poderemos cortar mais ainda porque  o Estado é maior do que tudo isso”.

‘Continuamos em situação difícil’

Logística

“Nós fomos para o BNDES e vimos que não havia prestação de contas de recursos fruto de empréstimo. Então fizemos essa prestação de contas. Vamos fazer obras iniciadas. Para a avenida Prudente de Morais, vamos licitar os dois túneis e o viaduto em parceria com o Ministério dos Transportes. Temos também a questão do Porto de Natal. Esperamos, em parceria com o município, agilizar para que a região do Maruim possa ser desocupada e, com isso aumentar ainda mais a área de estoque do Porto. Poderemos fazer também o desembarque para receber bem os que chegam. Nós já começamos com uma ação de mostrar que o nosso Porto é viável porque caso contrário o governo federal não dará a atenção que da aos outros. Vamos encaminhar projeto lei à Assembleia gerando uma serie de incentivos para que o nosso Porto seja utilizado. Já tivemos também no Ministério dos Transportes para viabilizar a linha férrea que sai do porto para Ceará-Mirim. Também estamos trabalhando para trazer o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para o qual nós já temos 130 milhões aprovados pelo governo federal.

Dívida

“Já foi pago em torno de 110 milhões da dívida que ficou. Nós tivemos que pagar dívidas da energia, por exemplo, que já estavam cadastradas no Cadim (registro de inadimplência do governo federal) e que nos causava uma serie de problemas”.

Superávit

“Eu quero explicar bem direitinho que não tem esse superávit. Isso é distorcido. Eu posso dizer hoje que só existem R$ 65 milhões no financeiro do Estado. Amanheceu o dia assim hoje: 65 milhões para uma dívida de mais de 400 milhões, R$ 15 milhões para a assinatura do contrato da Copa, entre outras coisas.

Controle fiscal

“Encontramos mais de R$ 800 milhões de débitos passados e conseguimos reduzir a mais de R$ 700 milhões. Em uns três anos é que nós vamos conseguir deixar isso empatado. Nós reduzimos tudo que foi possível e ainda continuamos em situação difícil”.

Meios

“A ONG não é do Estado. Ela vai ter, com o seu Conselho, que tomar uma decisão do que vai fazer. A partir de agora o Estado não tem mais convênio com o Meios”.

Centrais do cidadão

“Se Deus quiser vão voltar a ser de excelência. Só peço que vocês tenham um pouco mais de paciência.  A situação é difícil: prédios alugados com valor acima do mercado ou com o aluguel pago, mas não funciona nada. Em Canguaretama, por exemplo, tem uma com trabalhos pagos exatamente como Central do Cidadão que nunca abriu as portas. O aluguel está sendo pago e o equipamento encaixotado sem funcionar. Em Mossoró, o prédio está caindo os pedaços. Não é diferente aqui de Natal. Além disso, temos a lista de débitos com o aluguel que não foram pagos. Nós vamos colocar essa casa em ordem. Ainda não está como eu quero, mas vai ficar, se Deus quiser.

Governo Federal

“Uma relação muito boa e não encontrei nenhuma barreira e nenhuma dificuldade a começar pela presidenta e seus ministros. Eu não tive nada negado. É algo que me deixa muito feliz porque quando passa a eleição deixamos a diferença lá e isso nós estamos tendo da nossa bancada. Em nenhuma vez que convoquei a bancada deixei de sentir que eles realmente estavam dando as mãos para o RN. É assim com o ministro Garibaldi, com o deputado Henrique, a deputada Fátima Bezerra, a deputada Sandra, o deputado Fábio, enfim todos eles”.

Neurociências

“Estamos trabalhando para trazer o aproveitamento do nosso potencial em todas as regiões. No Instituto de Neurociências pode esperar tudo na parceria porque eu entendo a importância não somente na pesquisa mas um espaço que vai estimular o estudante para que ele tenha mais conhecimento porque teremos uma rede de notáveis chegando a Natal”.

Dilma demostra mais pragmatismo

O pragmatismo com que o Itamaraty tem trabalhado suas ações no cenário internacional desde que Antonio Patriota assumiu a chefia da chancelaria brasileira é uma das principais marcas deste início de gestão do governo Dilma Rousseff na área da política externa. A avaliação é de especialistas consultados pela Agência Estado para falar sobre os 100 dias de governo da petista. Segundo eles, Dilma mostra maior apreço às instituições, particularidade que advém de uma característica pessoal dela, e deixa de lado orientações de cunho mais ideológico que marcaram a gestão do ministro Celso Amorim no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O antagonismo entre o pragmático e o ideológico ficou claro no último dia 24, quando a representação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) mudou o rumo que vinha tomando até então e votou a favor do envio de um relator independente para investigar a situação das garantias individuais no Irã. “Com o novo posicionamento, o Brasil se reaproxima de sua essência democrática, distanciada no governo Lula, que fez com que o País atingisse seu status atual”, afirma o cientista político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Heni Ozi Cukier. “A relação entre países não pode ser guiada por filtros ideológicos dessa natureza e deve ser mais pragmática.”

De acordo com ele, a escolha do governo Lula em se aproximar de “países problema”, como Cukier define o Irã, a Venezuela e a Bolívia, e adotar uma posição de conflito com os Estados Unidos está diretamente ligada à questão ideológica e mancha a imagem do Brasil no exterior a troco de “ganhos nulos”. “O Lula, sim, ganhou uma grande exposição. Mas o Brasil teve uma exposição negativa. E assim é na aproximação com o Chávez (Hugo Chávez, presidente venezuelano)”, diz.

Na análise do professor do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) Georges Landau, o Brasil pode ter se distanciado do seu objetivo de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. “Conseguimos antagonizar com os EUA e provavelmente comprometer por muito tempo qualquer aspiração no Conselho de Segurança. O Brasil foi considerado, após esse episódio, um país não confiável”, afirma

Essa política, conforme Landau, teria impedido que o presidente Barack Obama declarasse apoio à demanda brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança durante sua visita ao País no mês passado. O norte-americano afirmou apenas que tem “apreço à aspiração do País”. “A visita do Obama era a ocasião perfeita para que ele manifestasse apoio, como o fez na India (quando ele viajou ao país asiático em novembro de 2010). Porém, disse que só tinha ‘apreço’ pela reivindicação por conta da iniciativa absolutamente cretina do Brasil em relação ao Irã”, diz o especialista.

No entanto, o governo da presidente Dilma tem conseguido reverter “os estragos” provocados pela política externa do ex-presidente Lula com os EUA. “A visita do Obama não deixou nada de concreto sob a ótica da política externa, mas elevou a relação com os EUA a um novo patamar, de respeito mútuo, diferente dos anos anteriores, quando o clima era de divergências mútuas”, diz. Os especialistas destacam ainda a escolha de Antonio Patriota, um diplomata de carreira, e não político.
fonte.TN

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