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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Inflação oficial tem maior alta para o mês de março em oito anos

IPCA registrou variação de 0,79% no mês ante o resultado de 0,80% em fevereiro; acumulado em 12 meses atinge 6,30%, segundo o IBGE

A inflação oficial do País medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve variação de 0,79% em março, ante 0,80% em fevereiro. Essa é a maior variação para o mês desde 2003. Naquele ano, o IPCA registrou variação de 1,23% em março. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o índice acumulado no ano é de 2,44%, acima da taxa de 2,06% relativa a igual período de 2010.
Nos últimos 12 meses, o índice está acumulado em 6,30%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores quando o indicador registrou uma variação acumulada de 6,01%. Esse resultado está próximo do teto da meta de inflação de 6,5% estipulada pelo Banco Central.
Variação do IPCA
Desempenho da inflação oficial nos meses de março desde 2000
Fonte: IBGE
 Preço dos alimentos em  alta
Os alimentos, que haviam iniciado 2011 com alta de 1,16% em janeiro e reduzido para o ritmo para 0,23% em fevereiro, voltaram a avançar de forma significativa, aumentando 0,75% em março. Ainda que o item carnes (de -2,81% em fevereiro para -1,42% em março) tenha continuado em queda, constituindo a mais intensa contribuição para baixo (-0,04 ponto percentual), grande parte dos produtos alimentícios teve aumento de preço de um mês para o outro, a exemplo da batata inglesa (-3,15% em fevereiro e 12,40% em março); do ovo (de 0,66% para 5,08%); do feijão carioca (de -10,50% para 1,71%); do açúcar cristal (de 0,96% para 1,48%); do leite pasteurizado (de -0,41% para 0,73%) e da farinha de trigo (de -0,04% para 0,70%), entre outros.

Mas não foram só os alimentos que registraram aumento. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE para calcular a inflação oficial, cinco mostraram aceleração na taxa de fevereiro para março.
O segmento transporte, que também havia iniciado o ano com forte alta de1,55% em janeiro e desacelerado em fevereiro para 0,46%, voltou a subir 1,56% em março, a maior variação de grupo no mês. O destaque ficou com as passagens aéreas que, após a queda de 11,43% em fevereiro, tiveram aumento de 29,13% em março, sob influência do Carnaval e do reajuste médio de 6% na taxa de embarque, ocorrido no dia 14 do mês passado. Lideraram, assim, a relação das principais contribuições individuais para o IPCA, com 0,10 ponto percentual.
Combustíveis
No mesmo grupo, outros itens importantes exerceram pressão, caso do etanol, que, dos 2,55% de fevereiro, passou a um aumento de 10,78% em março, influenciando a variação do preço da gasolina, que foi de 0,50% para 1,97%. Juntos, os combustíveis totalizaram um aumento de 2,72% em março e ficaram com 0,12 ponto percentual de contribuição.
As tarifas dos ônibus urbanos também tiveram impacto, ainda que o ritmo de crescimento de preços tenha se reduzido de 1,30% em fevereiro para 0,95% em março. Também subiram as tarifas dos ônibus intermunicipais, de 0,88% em fevereiro para 1,47% em março (reflexo das variações em São Paulo e Curitiba) e do metrô, de 3,05% para 3,81% (refletindo o reajuste de 9,43% em São Paulo). As tarifas de trem passaram de 4,69% em fevereiro para 3,76% em março, consequência de reajustes no Rio de Janeiro e em São Paulo; e os ônibus interestaduais também reduziram o ritmo de aumento, de 2,04% para 1,14%.
Juntos, alimentação e bebidas (0,75%) e transporte (1,56%) contribuíram com 0,47 ponto percentual para o resultado do mês (respectivamente 0,18 e 0,29 ponto percentual), explicando a maior parte (59%) do IPCA de março.
Mesmo com a alta dos transportes e outros itens, a variação dos produtos não alimentícios se comprimiu, de 0,98% em fevereiro para 0,80% em março, em grande parte porque o grupo educação, que havia apresentado alta de 5,81% em fevereiro, decresceu para 1,04% em março, resultado que reflete basicamente os reajustes na região metropolitana de Fortaleza (5,30%).
Dentre os índices regionais, o maior foi o de Fortaleza (1,49%), influenciado justamente por educação, e o menor foi o de Salvador (0,33%) refletindo a queda de 0,04% nos combustíveis.
O cálculo da inflação pelo IPCA é feito pelo IBGE desde 1980, refere-se às famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do País:São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Goiânia e Distrito Federal.  Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 25 de fevereiro e 29 de março com os vigentes entre 29 de janeiro e 24 de fevereiro.
INPC avança
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,66% em março, acima do resultado de fevereiro (0,54%). O acumulado do ano de 2011 está em 2,16%, abaixo da taxa de 2,31% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 6,31%, também abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (6,36%). Em março de 2010, o INPC havia ficado em 0,71%. O indicador mede a variação de preços para as famílias com rendimento entre 1 a 6 salários mínimos.
Os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,72% em março, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,63%. Em fevereiro, os resultados haviam sido de 0,00% e 0,78%, respectivamente.
Dentre os índices regionais, o maior foi o de Fortaleza (1,45%), influenciado pelo grupo educação (5,55%), e o menor foi o de Salvador (0,27%) refletindo a queda de 0,02% dos combustíveis.
Ilton Caldeira, iG São Paulo |

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