AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
O número de mortos nos fins de semana na cidade de São Paulo mais do que triplicou neste mês, segundo levantamento realizado pela Folha na base de dados das polícias Militar e Civil.Após morte de jovem, medo assola bairro da zona sul de SPVinte e nove pessoas foram assassinadas entre as 20h do último dia 22 (sexta-feira) até as 8h do dia 25 (segunda). No primeiro fim de semana deste mês, foram nove mortos.
A criminalidade na cidade cresce desde o último dia 13 de junho, quando policiais militares passaram a ser alvo de atentados.
Desde então, seis PMs foram mortos em crimes com características de encomendados, 12 ônibus foram incendiados, quatro bases policiais foram alvo de atentados e ocorreram três chacinas, com dez mortos.
Setores de inteligência das polícias investigam se as mortes são consequência de uma guerra entre quadrilhas ou se estão sendo encomendadas por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A ação do PCC, de acordo com as investigações, pode ser um contra-ataque à operação da Rota (tropa especial da Polícia Militar) que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um chefe do bando para uma prisão com normas mais rígidas.
Dentre as vítimas estão três mortos em uma chacina no Capão Redondo (zona sul) cometida a quatro quilômetros de onde um PM foi morto.
O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP (departamento de homicídios), admitiu há uma semana que a chacina no Capão Redondo é investigada sob suspeita de ter sido retaliação à morte do policial.
CLIMA TENSOA maior parte das mortes e dos ataques a ônibus ocorreu na periferia da cidade. Na região do Capão Redondo, vários carros da polícia patrulhavam a região, onde 11 pessoas foram mortas do dia 13 até a última quinta-feira. Entre janeiro e maio, foram 16 homicídios na região.
De acordo com moradores e comerciantes, a orientação da PM é que todos fechem o comércio e permaneçam em casa a partir das 20h30.
Segundo a reportagem apurou, as 39 cidades da Grande São Paulo registraram juntas, no período entre o dia 13 e a última quinta-feira, 139 mortes. Em todo o mês de junho do ano passado, foram 166 mortos.
Por meio de nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública informou que não é possível concluir se houve aumento da violência nos últimos dias porque as estatísticas não foram fechadas.
Já sobre as mortes nos últimos dias, o órgão afirmou que elas aparentemente não têm ligação e que não foi encontrada nenhuma relação com a facção criminosa PCC.
Colaborou LAURA CAPRIGLIONE
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