A Linha Sul, que liga Parangaba a Pacatuba, só funcionará de segunda a sexta e durante quatro horas
Fogos de artifícios, faixas, discursos e até uma banda de forró deram, ontem, o tom de comício à inauguração do trecho Pacatuba-Parangaba, ainda em fase de "operação assistida", da linha Sul do Metrô de Fortaleza (Metrofor).
Já na viagem inaugural, os trens rodaram com superlotação: vagões abarrotados de autoridades e políticos, todos bem ansiosos para presenciar a concretização de uma das obras mais longas e polêmicas, que durou mais de 13 anos para findar.
Apesar da festa, a Linha Sul, com 24 quilômetros de extensão, ainda deixa muitas brechas: irá rodar apenas em dias comerciais, somente por quatro horas diárias, entre 9h e 13h, com prazos de espera de 20 minutos entre um carro e outro e com possibilidades de apresentar falhas.
Por isso, a não cobrança ainda de tarifa. "Vamos ficar mais alguns meses em testes, fazendo os últimos ajustes para tentar, em março de 2013, funcionar normalmente", afirma o governador Cid Gomes, na companhia de aliados, possíveis futuros candidatos a prefeito de Fortaleza.
Incompleta
Em meio a toda essa agitação política, o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, conteve sua animação, afirmando que aquele ainda não era o metrô que realmente gostaria de inaugurar para a população, faltava uma outra parte da linha que ligava a Parangaba ao Centro da cidade.
"Eu ainda não estou sentindo a obra entregue como um todo. Só vou me sentir assim, totalmente realizado, quando inaugurar o restante que falta e deixar carros funcionando integralmente", lamenta o presidente.
Ainda na viagem inaugural, janelas de vidro apedrejadas e pedaços de fios de pipas enroscados na fiação demonstravam a dificuldade em manter a integridade dos vagões, todos produzidos na Itália e com características luxuosas.
"O maior desafio agora é evitar os atos de vandalismos que já estão ocorrendo. Se, já na primeira semana, esses trens foram quebrados, tiro todos de linha", avisa Fortes.
No palanque montado na Estação da Parangaba, durante horário de pico, com as pessoas dançando ao som do forró da Banda Real, Cid Gomes fez questão de prometer: "no dia 15 de outubro, estaremos fazendo essa mesma festa, nesse mesmo horário, para inaugurar, também, o restante da linha, no trecho que vai até o Centro da Capital".
Segundo o Metrofor, dos oito quilômetros restantes, apenas um espaço de 1.500 metros estaria com obra pendente.
Se a tal Linha Sul parece estar bem adiantada e com prazos fixos para ficar totalmente concluída, a Leste - que deve impactar mais o trânsito de Fortaleza, segundo o governador - ainda está cheia de incertezas.
"Não vamos conseguir entregar a obra para a Copa do Mundo, talvez só o trecho entre o Centro e a Aldeota esteja pronto no fim de 2014. Um sonho", comenta Gomes.
Ansiedade
E não faltou expectativa por parte dos moradores, principalmente, de Maracanaú e Pacatuba para a primeira viagem a bordo do Metrofor.
Na próxima segunda-feira, a dona de casa Francisca Alves dos Santos, 55, residente na Vila das Flores, poderá usufruir da luxuosa máquina e realizar, segundo ela, um sonho.
"Moro há muito tempo aqui e achava que nem fosse mais estar viva para ver esse trem rodando. Estou louca para andar, sentir se o negócio é bom mesmo como tanto dizem por aí", conta.
O investimento da linha chegou a mais de R$ 1,7 bilhão. Ao longo do trecho sul, 12 estações em três municípios serão atendidas. Fogos de artifícios, faixas, discursos e até uma banda de forró deram, ontem, o tom de comício à inauguração do trecho Pacatuba-Parangaba, ainda em fase de "operação assistida", da linha Sul do Metrô de Fortaleza (Metrofor).
Já na viagem inaugural, os trens rodaram com superlotação: vagões abarrotados de autoridades e políticos, todos bem ansiosos para presenciar a concretização de uma das obras mais longas e polêmicas, que durou mais de 13 anos para findar.
Apesar da festa, a Linha Sul, com 24 quilômetros de extensão, ainda deixa muitas brechas: irá rodar apenas em dias comerciais, somente por quatro horas diárias, entre 9h e 13h, com prazos de espera de 20 minutos entre um carro e outro e com possibilidades de apresentar falhas.
Por isso, a não cobrança ainda de tarifa. "Vamos ficar mais alguns meses em testes, fazendo os últimos ajustes para tentar, em março de 2013, funcionar normalmente", afirma o governador Cid Gomes, na companhia de aliados, possíveis futuros candidatos a prefeito de Fortaleza.
Incompleta
Em meio a toda essa agitação política, o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes, conteve sua animação, afirmando que aquele ainda não era o metrô que realmente gostaria de inaugurar para a população, faltava uma outra parte da linha que ligava a Parangaba ao Centro da cidade.
"Eu ainda não estou sentindo a obra entregue como um todo. Só vou me sentir assim, totalmente realizado, quando inaugurar o restante que falta e deixar carros funcionando integralmente", lamenta o presidente.
Ainda na viagem inaugural, janelas de vidro apedrejadas e pedaços de fios de pipas enroscados na fiação demonstravam a dificuldade em manter a integridade dos vagões, todos produzidos na Itália e com características luxuosas.
"O maior desafio agora é evitar os atos de vandalismos que já estão ocorrendo. Se, já na primeira semana, esses trens foram quebrados, tiro todos de linha", avisa Fortes.
No palanque montado na Estação da Parangaba, durante horário de pico, com as pessoas dançando ao som do forró da Banda Real, Cid Gomes fez questão de prometer: "no dia 15 de outubro, estaremos fazendo essa mesma festa, nesse mesmo horário, para inaugurar, também, o restante da linha, no trecho que vai até o Centro da Capital".
Segundo o Metrofor, dos oito quilômetros restantes, apenas um espaço de 1.500 metros estaria com obra pendente.
Se a tal Linha Sul parece estar bem adiantada e com prazos fixos para ficar totalmente concluída, a Leste - que deve impactar mais o trânsito de Fortaleza, segundo o governador - ainda está cheia de incertezas.
"Não vamos conseguir entregar a obra para a Copa do Mundo, talvez só o trecho entre o Centro e a Aldeota esteja pronto no fim de 2014. Um sonho", comenta Gomes.
Ansiedade
E não faltou expectativa por parte dos moradores, principalmente, de Maracanaú e Pacatuba para a primeira viagem a bordo do Metrofor.
Na próxima segunda-feira, a dona de casa Francisca Alves dos Santos, 55, residente na Vila das Flores, poderá usufruir da luxuosa máquina e realizar, segundo ela, um sonho.
"Moro há muito tempo aqui e achava que nem fosse mais estar viva para ver esse trem rodando. Estou louca para andar, sentir se o negócio é bom mesmo como tanto dizem por aí", conta.
O Metrofor já recebeu oito trens de um total de 20 carros, que o Governo adquiriu para atender 350 mil pessoas por dia.
´O metrô tem que ser da sociedade´
Não é porque um trecho foi inaugurado ontem, que o então metrô de Fortaleza (Metrofor) - alvo de intensas críticas e investigações durante os mais de 13 anos de execução da obra - terá os seus erros e falhas sanados e tudo vire só festa, afirmou o atual presidente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Ailton Brasiliense Pires.
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A demora na conclusão virou tema nacional e, na opinião do presidente, as próximas decisões de construções de metrô pela cidade devem ser feitas de modo bem mais coletivo.
"Que sejam feitas consultas e estudos de viabilidade com a presença das universidades, da sociedade civil e que haja, principalmente, um maior comprometimento da área política com estes. O metrô tem que ser da sociedade e não apenas de promessas de campanhas, nem sempre muito bem intencionadas", critica.
Para Ailton Brasiliense, o Metrofor tem que ser entendido como um vetor ordenador do espaço público, podendo ser indutor de construções de moradias, comércio e serviços (públicos e privados), ao longo do seu corredor. "Assim, ele modificará o espaço urbano qualificando-o, permitindo uma melhor distribuição das atividades, aumentando o fator de renovação, aumentando a demanda e, consequentemente, permitindo viagens mais curtas e mais baratas", finaliza.
Para o presidente licenciado do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-CE), Odílio Almeida, o metrô é uma necessidade que já chega tardiamente, mas, não por isso, deixa de ser motivo de imensa satisfação e alegria.
"Embora essa linha, do trecho de Pacatuba até Parangaba, não vá resolver todo o problema de mobilidade desse eixo e de Fortaleza como um todo, qualquer ação como essa é bem-vinda. Só lamentamos, por exemplo, o fato de já considerarmos esse trecho um pouco defasado e com potencialidades já bem diminuídas. Essa Linha Sul, na prática, não vai impactar tanto a mobilidade na Capital, acho que as outras linhas, sim", relata Almeida.
Irregularidades
Apesar da movimentação, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou, em nota, que a obra, embora inaugurada, continua sendo monitorada. O metrô estaria inserido na tabela de obras com irregularidades que foram paralisadas ou tiveram retenção de recurso federal, por exemplo.
"O Metrofor está caracterizado como obra com irregularidade grave com retenção de recurso. Ela não está paralisada, mas não está recebendo dinheiro para evitar maior dano ao erário", diz a nota da Corte.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
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