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sexta-feira, 15 de março de 2013

Cesta básica terá desconto de R$ 10



Publicação: 15 de Março de 2013 às 00:00
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Renata Moura - Editora de Economia

O recente corte de tributos que incidem sobre a cesta básica deverá ajudar a aliviar o bolso do consumidor, mas está longe de compensar o reajuste de preços dos alimentos que, em Natal, chega a 30%, em um ano. A análise é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos (Dieese).
Júnior SantosSupermercado em Natal: Para o Dieese-RN, a queda nos preços decorrente da desoneração não compensa os reajustes que, na capital, chegam a 30 por cento em um anoSupermercado em Natal: Para o Dieese-RN, a queda nos preços decorrente da desoneração não compensa os reajustes que, na capital, chegam a 30 por cento em um ano

Cálculos do órgão repassados ontem à TRIBUNA DO NORTE mostram que a desoneração anunciada pela presidenta Dilma Rousseff - que cortou a cobrança de PIS/Cofins e IPI de todos os produtos que ainda sofriam tributação - vai baratear em 3,48% uma lista de produtos que o órgão pesquisa mensalmente. Dos 12 produtos que entram na pesquisa do Dieese, cinco serão atingidos pela medida (carne bovina, café, açúcar, óleo e manteiga). A redução dos tributos nessa lista permitirá ao consumidor economizar R$ 9,87 este mês, segundo o órgão. 

O cálculo toma como referência o valor da cesta básica em fevereiro deste ano, quando estava em R$ 283,27. O valor, à época, era o mais alto entre seis capitais pesquisadas no Nordeste. Com a desoneração, o gasto mensal com a cesta básica deve cair para R$ 273,40, em março.

"Esse alívio é muito pouco se comparado ao que os produtos subiram. Entre janeiro e fevereiro houve alta de mais de 18% em Natal. Essa alta chega a 30% nos últimos 12 meses. Isso está corroendo o salário mínimo", diz o supervisor técnico do Dieese-RN, Melquisedec Moreira. 

Em fevereiro do ano passado, diz ele, a cesta básica comprometia 35% do salário mínimo líquido - descontada a previdência. Em fevereiro deste ano, o nível de comprometimento chegou a 45%. "Isso significa a redução do poder de compra. Significa que o trabalhador está tendo que tirar mais dinheiro do salário para comprar os mesmos produtos que comprava em 2012", acrescenta o supervisor. 

Ele observa que produtos com um peso expressivo no conjunto da cesta básica, a exemplo da farinha e do feijão, não devem ter os preços alterados porque já estavam desonerados de PIS, Cofins e IPI.  

Moreira defende que o governo do estado reduza o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os alimentos, como forma de amenizar o custo das compras. "O ICMS tem peso até maior que os impostos retirados pelo governo federal. E incide também sobre o transporte, o que encarece na ponta, para o consumidor", diz ele. 

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