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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tremores de terra voltam a assustar Montes Claros

O Norte de MinasUma publicação da Indyugraf Ltda.www.onorte.net



20/12/2012 - 20h13m
A madrugada foi agitada em Montes Claros. Por volta das 3 horas da manhã os montesclarenses foram acordados com mais um abalo sísmico, que desta vez veio seguido de um blecaute em quase 90% da cidade. A cidade ficou no escuro por cerca de 30 minutos e logo após a iluminação ser estabelecida, um novo tremor foi sentido.
Embora as informações não oficiais sejam de 3 tremores durante a madrugada, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília confirmou a ocorrência de dois tremores. Segundo o Observatório, o primeiro tremor confirmado ocorreu às 2h56 da madrugada e foi de 3,8 graus na escala Richter. O segundo tremor aconteceu às 3h32 e foi de 3,9 graus. O epicentro não foi informado. Ainda segundo o Observatório, o maior tremor registrado em Montes Claros ocorreu no dia 19 de maio (há exatamente 7 meses, hoje), e atingiu 4 graus na escala Richter.
Foto: Divulgação

Os tremores derrubaram varanda de uma casa no bairro Jardim Brasil
Em recente visita à cidade, estudiosos da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), assim como professores da Unimontes e também Defesa Civil Estadual, informaram a população sobre os resultados preliminares dos tremores em Montes Claros, feitos a partir dos sismógrafos instalados na cidade, ainda no primeiro semestre do ano. Os dados colhidos permitem afirmar que  até o mês de novembro foram registrados 174 eventos naturais,  sendo 60 destes registrados por quatro das nove estações sismológicas instaladas no entorno de Montes Claros.
Durante a apresentação dos dados, o professor da USP, Marcelo Assumpção, disse que grande tremores, que têm magnitude superior a sete graus da escala Richter, ocorrem em lugares nos quais há falhas geológicas nas bordas das placas, e que Montes Claros, por estar  localizada sob um única placa, a Sulamericana,  as chances disto acontecer seriam mínimas.
O estudo apresentado indica que em Montes Claros não existem falhas geológicas grandes, sendo a maioria das mapeadas antigas e inativas, o que significa que terremotos de grande magnitude são improváveis, mas não impossíveis de acontecer.  Foi levantada a hipótese dos sismos terem ligação com uma fratura na região da Serra do Mel, porém é preciso melhorar a precisão das localizações dos epicentros, para garantir a veracidade da informação.
Os estudiosos no entanto foram enfáticos ao afirmarem ser impossível prever se os tremores vão evoluir em Montes Claros, e que o mais provável é que ocorram por mais alguns meses, com variação de frequência e intensidade. Mas garantiram que a chance de ocorrer outro abalo de intensidade próxima a quatro é de 16% em um ano.
Mas o que parecia distante na fala dos estudiosos voltou a acontecer e embora não tenha causado grandes tragédias, deixou a população mais uma vez assustada e insegura. É o que é possível perceber nos posts publicados nas redes sociais pelos motesclarenses. Na maioria deles, as pessoas se disseram assustadas não apenas com o tremor que balançou janelas, portas, camas, mas também o barulho intenso, seguido de apagão. Os fatores, a falta de informação e ainda, a ausência de uma cultura de como lidar com os tremores fizeram com que as pessoas saíssem para as ruas e permanecessem ali até o amanhecer do dia. Há relatos de pessoas que passaram mal, algumas decidiram levar os colchões e foram dormir nos passeios, outros decidiram dormir dentro dos carros. Mas o que ficou evidenciado nas declarações foi a falta de preparo para lidar com a situação.
Durante o ocorrido, o Corpo de Bombeiros recebeu cerca de 500 ligações da população em busca de orientações de como proceder e, até às 9 horas da manhã, já eram dez os pedidos de vistoria de danos estruturais em imóveis. população procurasse em massa a corporação pedindo orientações de como proceder. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, a varanda de uma residência desabou no bairro Jardim Brasil.
Já a Cemig divulgou nota onde afirma que as vibrações decorrentes do primeiro abalo acionaram os equipamentos de proteção de um dos transformadores da Subestação Montes Claros, o que provocou a falta de energia em parte da cidade e nos municípios de Grão Mogol, Cristália, Botumirim, São João da Lagoa, São João do Pacui e Coração de Jesus.
Visando tranqüilizar a comunidade, o  chefe da Defesa Civil de Montes Claros, Mattson Malveira,  afirmou  que já existe um projeto em parceria com Corpo de Bombeiros, UnB, Universidade de São Paulo, Unimontes, e Defesa Civil municipal e estadual para orientar a população em caso de abalos. “Empresários irão colaborar para a confecção de cartilhas”, conta Malveira. Também está prevista, para o primeiro trimestre de 2013, uma visita a Montes Claros de técnicos da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), que é um órgão governamental do país asiático. “Os japoneses irão dar treinamentos para a população ou para agentes multiplicadores”, explica o chefe da Defesa Civil.
Na última segunda-feira (17), também durante conversa com a imprensa, o representante da Defesa Civil Estadual, tenente coronel Fabiano Villas Boas, anunciou a instalação de duas unidades sismográficas na maior cidade do Norte de Minas, em janeiro de 2013, já que as nove estações da Unb e da USP são utilizadas em caráter temporário e logo devem ser retiradas.

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