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sábado, 27 de agosto de 2011

RJ: subsecretário de Estado deve ser indiciado por homicídio

27 de agosto de 2011 06h27


POR DIOGO DIAS
Ex-coordenador da Operação Lei Seca, Alexandre Felipe Vieira Mendes, 44 anos, matou um ciclista atropelado e feriu 4 pedestres. Ele confessou que bebeu antes de dirigir. O acidente foi quinta-feira à noite, na Est. Engenho do Mato, Região Oceânica de Niterói. Atual subsecretário estadual de Governo da Região Metropolitana, ele deve ser indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar. O caso está Na 81ª DP (Itaipu).
O acidente aconteceu após reunião com o presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio, Marco Botelho. Alexandre perdeu o controle de sua picape Pajero e atropelou o ciclista Hermínio Cosme Pereira, 59, que morreu na noite desta sexta-feira no Hospital Azevedo Lima. Depois, ele atingiu uma mãe com duas crianças, um jovem de 19 anos e só parou 300 metros depois, ao colidir com um poste.
"Meus filhos choraram muito e estão muito assustados. Foi um trauma muito grande", conta Silvana Braga de Souza, 30, que se feriu no rosto, braço e perna. Gabriel, 2, sofreu corte na boca e Felipe, 5, machucou o pé.
O subsecretário não prestou socorro e fugiu. "Ele não estava sóbrio. Ficava olhando para o céu e falava coisas sem nexo. Só dizia que estava errado", disse um jovem que quase foi atropelado. "Ele passou em alta velocidade, com o carro derrapando", revelou Alexandre Braga, 44, dono de bar na estrada do acidente. Alexandre Felipe só fez o exame toxicológico 16 horas após a tragédia - o teste deu negativo para ingestão de álcool. Ele alega que bebeu só meia taça de vinho.
"Meia taça de vinho está dentro do limite, que é 0,6 miligramas. Isso não foi a causa do acidente. Estava dirigindo em uma estrada esburacada e escura, e de repente fui surpreendido pela bicicleta. Perdi o controle do veículo e bati no poste. Entrei em pânico", argumenta o subsecretário.
Vice do PMDB de Niterói, motorista admite o erro
Subsecretário de Estado de Governo da Região Metropolitana, Alexandre Felipe Vieira Mendes também é vice-presidente do PMDB Niterói. Ele iniciou sua carreira em 1984 na Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1990, Alexandre trabalhou como assessor parlamentar do então deputado estadual Sérgio Cabral Filho, hoje governador. Ele também atuou no Senado com Cabral e presidiu por duas vezes o Lions Clube do Fonseca, em Niterói. Ele é ligado ao secretário chefe da Casa Civil, Régis Fichtner.
Alexandre foi coordenador da Operação Lei Seca até fevereiro. Perguntado sobre o mau exemplo que dera ao ter bebido antes de dirigir, ele gaguejou e admitiu: "foi um erro, sim, mas tem um limite que você pode consumir".
Carrinho de bebê destruído
Silvana e seus dois filhos voltavam para casa quando foram atropelados. Ela conta que bateu a cabeça no chão e perdeu a consciência depois que passou "um furacão". A dona de casa não sabe dizer quanto tempo ficou desmaiada, mas acordou a tempo de tirar seu filho caçula do carrinho de bebê, que ficou destruído.

"Quando acordei, só vi o mais velho. Escutei o Gabriel pedindo socorro gritando desesperado. Tirei força não sei da onde para ajudá-lo. Acho que foi amor de mãe", conta Silvana.
A família de Hermínio prepara passeata hoje do local do acidente até a delegacia. "Estamos sofrendo muito, mas agora é hora de cuidar de seu enterro", lamenta o irmão Antonio Carlos Pereira, 55.
Ingestão de álcool: não há limite seguro
Segundo os termos da Lei Seca, não há limite considerado "seguro" para dirigir após ingerir álcool, contradizendo alegação de Alexandre ao admitir que tomou meia taça de vinho.
Coordenador no Grupo de Álcool e Drogas da UFF, Jairo Werner explicou que 2 copos de cerveja, se ingeridos por pessoa de 63 kg, geram 4 decigramas por ml de sangue, o que aumenta em 2 vezes o risco de acidente e diminui reflexos. No caso do vinho, uma taça pode ter entre 2 e 5 decigramas: "Meia taça, em pessoas com mais sensibilidade, pode ter efeito. Medicamentos controlados também podem potencializar o álcool". Segundo o Governo, motorista flagrado após beber (de 2 e 6 dg/ml) é multado em R$ 957 e tem carteira retida. Se a alcoolemia for superior a 6, o condutor responde criminalmente. fonte o dia.

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