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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Irmã Dulce: Os milagres pela fé

Irmã Dulce: Os milagres pela fé


O corpo franzino escondia a firmeza de uma religiosa que desafiou as limitações do seu tempo para realizar milagres. Para muitos, foi mãe, patrona e até mesmo santa. A freira baiana Irmã Dulce (1914-1992) dedicou sua vida à missão de amar e servir ao próximo. A história de amor e devoção ao próximo é contada no livro Irmã Dulce: os milagres pela fé, escrito pelo jornalista Jorge Gauthier, do jornal CORREIO. A obra é a primeira sobre a religiosa que é lançada em formato de ebook e também é o livro inaugural do selo Correio Cultura.
O livro-reportagem revela fatos pouco conhecidos sobre a história de Irmã Dulce através dos seus milagres, que lhe concederam o título de Anjo Bom da Bahia e que a fizeram se tornar beata da Igreja Católica. Em vida dedicada aos mais necessitados, os doentes e miseráveis espalhados pelas ruas da Bahia ganharam abrigo no seu apoio ao longo de mais de 50 anos de trabalho. Dulce criou maior rede de atendimento público do país, que nasceu em um galinheiro, desenvolveu programas de educação e inserção social e ganhou fama de manter um hospital onde "as portas nunca se fecham" para quem precisa.
Mesmo depois de morta, muitas graças continuaram sendo atribuídas à sua intercessão. Uma delas, reconhecida como milagre pelo Vaticano, foi credencial para se tornar Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, beata pela Igreja Católica. Pelas orações de Dulce, uma mulher foi salva de uma grave hemorragia após dar à luz ao seu primeiro filho.





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O livro é o primeiro produto digital do selo Correio Cultura, do Jornal CORREIO
O jornalista Jorge Gauthier, 27 anos, foi pego pelo braço na primeira visita às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Literalmente. Acompanhado por colegas de faculdade, ele foi abordado por dona Iraci Lordelo, voluntária mais antiga da instituição criada pela beata Irmã Dulce (1914-1992).
“Nesse dia, que eu fui doar sangue, ela me pegou e disse ‘E aí jovem, tudo bem? Você nunca veio aqui, né? Mas a gente precisa tanto de ajuda. Venha mais!’”, lembra o chefe de reportagem de economia do CORREIO e editor do caderno Imóveis.
O momento marcante foi só o primeiro passo do que se tornou uma convivência intensa de quase quatro anos nas Osid. O empurrãozinho de dona Iraci aproximou o jornalista das ações sociais do Anjo Bom da Bahia e o resultado é o livro Irmã Dulce: Os Milagres Pela Fé, que é lançado na versão digital pelo selo Correio Cultura.
No ano em que se comemora o centenário de nascimento da beata, o e-book marca a estreia da linha de projetos digitais do selo editorial do Jornal CORREIO, que surgiu com a Coleção As Sete Portas da Bahia, de Carybé (1911-1997).
“A ideia é incentivar e divulgar projetos culturais dos jornalistas do CORREIO e, mais à frente, de outros jornalistas baianos”, explica o gerente de mídias e negócios digitais do CORREIO, Fábio Góis, 29. “É um recurso de aprofundar conteúdo com cada vez mais qualidade, para formar um leitor ainda mais crítico”, completa.
Construção
Jorge Gauthier gosta de contar histórias. Assim, para traçar um perfil de Irmã Dulce, resgata milagres emblemáticos e outros não tão conhecidos, além de revelar fotos inéditas que integram o acervo das Osid.
Chefe de reportagem de economia do CORREIO, Jorge Gauthier é o autor do livro-reportagem sobre a beata (Foto: Marina Silva)

O processo de construção das Obras Sociais Irmã Dulce também é  retratado na obra, que discute também a relação entre ciência e religião. Apesar de levantar essa discussão, Jorge enfatiza que esse é  “um livro-reportagem sobre a história de Irmã Dulce através dos seus milagres”.

A ideia surgiu na especialização em Jornalismo Científico e Tecnológico pela Universidade Federal da Bahia. “Todos os trabalhos estavam caminhando para a ciência convencional da área de saúde e, conversando com Graça Caldas, da Unicamp, uma das orientadoras, ela perguntou se não tinha nada na Bahia que rendesse uma história maravilhosa”, conta o autor.

Ele aceitou a provocação e foi atrás de uma boa história, que veio com o processo de beatificação de Irmã Dulce, em 2011. Na época, o CORREIO publicou a série de reportagens Além do Hábito, com a qual Jorge Gauthier dividiu o prêmio Dom Helder Câmara de Imprensa, da CNBB, com os colegas Alexandre Lyrio e Victor Uchôa. 

A série deu o que Jorge precisava: contatos e boas histórias. Assim surgiu Irmã Dulce: Os Milagres Pela Fé  - uma prévia do livro foi lida no CORREIO em maio deste ano, quando foram publicados trechos inéditos no caderno especial Nas Mãos de Um Anjo.

Das ruas

Devota de Santo Antônio e amiga dos poderosos, Irmã Dulce ganhou o mundo com seu coração forte e físico frágil - de quem conviveu com enfisema pulmonar dos 20 aos 70 anos. Sua vida dedicada a ajudar o próximo caiu nas graças do papa João Paulo II (1920-2005), que visitou a freira em seu leito de morte, em 1992.

“‘Era uma santa’, resume Iraci Lordelo, fiel escudeira da freira conhecida como o Anjo bom da Bahia por ter erguido,  apenas com doações, a maior rede de atendimento totalmente público do Brasil em atividade”, diz um trecho do livro-reportagem.

“A vontade dela de ajudar ao próximo era muito maior do que as próprias limitações físicas. É angustiante você ter contato com essa história porque a gente vive hoje em uma sociedade que não se preocupa com o outro”, reflete o autor.

Irmã Dulce: Os Milagres Pela Fé reúne histórias como a gravidez de risco de Cláudia Santos, milagre que concedeu à freira o grau de Beata da Igreja, em 2011. Outras graças também estão na obra, que não escapa de retratar o enfrentamento que a freira teve com a Igreja, período chamado de exclaustração.

“O claustro é aquele momento em que o convento está fechado e as freiras ficam em dedicação de oração. Irmã Dulce não queria saber: batiam na porta ‘irmã, tem um doente com tuberculose’. Ela saía do convento e ia atrás da pessoa. Isso causou um incômodo dentro da congregação, porque era a irmã que ia pra rua”, explica Jorge, ao destacar que sua obra pretende contribuir para a valorização da memória de Irmã Dulce.

“Acho que perpetuar a história dela em livro, filme e outras expressões artísticas faz com que outras pessoas como eu, que não tiveram a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, tenham a oportunidade de saber o que ela fez. Como jornalista, sou apaixonado por histórias de pessoas. E Irmã Dulce tem uma história sensacional”, pontua.
Apesar da saúde frágil, Irmã Dulce ficou conhecida por dedicar a vida às crianças, aos doentes e aos miseráveis. No seu centenário de nascimento, sua história é contada em livro (Foto: Acervo Osid/Divulgação)

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