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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Após pouso de robô em cometa, agência espacial capta "canto de ETs"

Um áudio divulgado pela Agência Espacial Europeia na internet causou espanto - uma música foi capturada pela nave espacial

(redacao@correio24horas.com.br)
Atualizado em 13/11/2014 12:28:06
  
O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko está dando o que falar. Após um robô do tamanho de uma máquina de lavar roupas, a sonda Philae realizar um feito inédito e pousar na superfície do cometa, algo mais estranho aconteceu.
Um áudio divulgado pela Agência Espacial Europeia na internet causou espanto - uma música, como os próprios pesquisados chamaram o registro, foi capturada pela nave espacial Rosetta. Inaudível para o ouvido humano, o volume do áudio precisou ser aumentado em 10 mil vezes.
Modelo do robô Philae exposto na ‘Cidade Espacial’ da Agência Espacial Europeia, na França
(Foto: Remy Gabalda)
"Isso é completamente novo para nós. Não esperávamos isso e ainda estamos tentando entender a física do que está acontecendo", disse Karl-Heinz Glaßmeier, chefe de departamento de Física Espacial na Technische Universität Braunschweig, da Alemanha, em entrevista ao blog RESA Rosetta.
O áudio, segundo o blog, seria fruto da atividade do cometa. A movimentação liberaria partículas netras para o espaço, onde colidiriam com partículas de alta energia. Ainda assaim, "o mecanismo físico exato por trás das oscilações permanece um mistério", relata o blog Rosetta.
Ouça abaixo o áudio capturado pela Agência Espacial Europeia
Compartilhado no SoundCloud, o aúdio ganhou uma explicação um pouco mais diferente. Muitos internautas sugeriram que o barulho tivesse sido feito por extraterrestres. "Talvez seja o som de um alienígena gritando 'me ajudem, estou preso dentro de um cometa'", comentou Alan Hayward no áudio.
"Isso é maravilhoso. Seria arrogante pensar que estamos sozinhos no universo. Não estou dizendo que são aliens, mas estou realmente ansioso para descobrir o que está fazendo esse som...", escreveu o internauta Ronnie Wonders. 
Entenda a importância do pouso
Primeiro artefato a pousar em um cometa, o robô Philae criou um momento histórico para a exploração espacial. O acontecimento traz a promessa de novas percepções sobre o que forma os cometas e como eles se comportam.
Os cientistas do controle da missão da Agência Espacial Europeia festejaram ao receber os primeiros sinais de que o robô da missão Rosetta, o Philae, havia tocado a superfície de um pequeno cometa, conhecido como 67P/Churyumov-Gerasimenko. 
Não era para menos. O pouso representa o ponto alto de um projeto de mais de 20 anos, quando na terra ninguém sonhava com iPhones, o Orkut tinha acabado de ser lançado e o país se divertia com as maldades de Nazaré , personagem de Renatah Sorrah em Senhora do Destino.
Duas décadas depois, o mundo - pelo menos a compreensão que temos dele - pode voltar a mudar. O objetivo da missão é responder a uma das mais antigas e intrigantes perguntas da humanidade: o que deu início ao universo?
Com formato de um “pato de borracha”, cinco quilômetros de comprimento e 10 bilhões de toneladas, o cometa 67P é um bloco de poeira, gelo e gases congelados que circula por aí há mais ou menos 4,6 bilhões de anos, ou, para simplificar, desde o início do Sistema Solar, o que faz dele um gigantesco fóssil cósmico.
Água
Há uma suspeita que os cometas seriam os responsáveis por trazer até metade da água presente nos oceanos como também os elementos básicos para que a vida se desenvolvesse no nosso planeta.
É a chamada hipótese da panspermia, segundo a qual a vida na Terra teria sido “semeada” pela queda no planeta de asteroides e cometas que abrigavam aminoácidos, os “tijolos” básicos para construção da vida, ou até mesmo organismos primitivos.
A panspermia, atualmente, não é uma das mais populares, mas, dependendo dos resultados obtidos com as informações do Philae, ela pode voltar a ganhar força. Ontem, depois de quase meia hora de tenso silêncio, tempo que os sinais de rádio e TV do módulo e da sonda levam para cruzar os 510 milhões de quilômetros que os separam atualmente da Terra, a confirmação do sucesso foi recebida com alívio e festa no centro de controle da missão na cidade alemã de Darmstadt.
“É um passo enorme para a humanidade”, comemorou o diretor-geral da Agência espacial Europeia (ESA), Jean-Jacques Dordain. “Sabemos que estes sinais não vêm simplesmente do céu. Eles vêm também do trabalho duro dos especialistas e do conhecimento europeus. Somos os primeiros, e isso vai ficar para a sempre”.
Segundo a ESA, o Philae já está enviando dados de telemetria, mas os arpões que deviam ajudar a ancorar o módulo no objeto não dispararam, trazendo dúvidas sobre se ele conseguirá se manter no lugar, já que a gravidade do objeto é 100 mil vezes menor que a do nosso planeta.
 “Philae está muito bem e recebemos o sinal de pouso”, disse Koen Geurts, gerente de operação do módulo junto à Agência Espacial da Alemanha (DLR). A sonda leva a bordo dez instrumentos que farão imagens e investigarão a composição do cometa, suas propriedades e estruturas para procurar identificar a presença de moléculas orgânicas, além de recolher amostras para futura análises.
A princípio, as baterias instaladas no módulo poderão alimentar esses instrumentos pelo prazo de até 64 horas, mas o local primário de pouso, batizado Agilkia, foi escolhido, entre outros fatores, por receber radiação solar direta durante o “dia” no cometa, o que deverá garantir seu constante recarregamento.
O cometa vai atingir o ponto mais próximo com o Sol no dia 13 de agosto de 2015, a aproximadamente 185 milhões de quilômetros. Rosetta deve segui-lo até o final do ano, quando começa a diminuir suas atividades.

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