Do UOL, em São Paulo
A prática de concentrar inaugurações de obras em anos eleitorais é recorrente no país e ruim para a gestão pública, avalia o professor do Departamento de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Marco Antonio Teixeira.
“É muito comum os governantes do Brasil fazerem isso. Deixarem seu pacote de investimentos para o ano eleitoral, exatamente para aumentar a sua popularidade para ter condições de se reeleger ou de fazer o seu próprio sucessor”, diz.
Pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), com base em dados de 1995 a 2011, revela que o investimento público de prefeituras, governos estaduais e federal, sempre aumenta em ano de eleição. Em contrapartida, quando não há disputa por cargos, há contenção de despesas.
Com um orçamento quase 9% maior do que em 2011, que somam aproximadamente R$ 38 bilhões, a gestão do prefeito Gilberto Kassab, do PSD, terá à disposição cerca de R$ 6 bilhões para investir em obras neste ano, em São Paulo. E, se seguir a lógica dos últimos anos eleitorais, a prefeitura vai usar boa parte desse dinheiro.
Em 2008, quando concorreu à reeleição, Kassab gastou 73% da verba prevista para investimentos. Em 2010, quando apoiou José Serra nas eleições presidenciais, o número também subiu: 97% da verba foi gasta. Já em 2009 e 2011, os investimentos caíram para 60 e 58%, respectivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário