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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mudança da São Silvestre prejudica amadores e aumenta riscos de lesão

Técnico e atletas opinam que alteração de trajeto pode gerar problemas físicos aos corredores

Bruno Winckler e Danilo Lavieri, iG São Paulo 
A principal expectativa de técnicos de atletismo e de corredores que participarão da 87ª edição da São Silvestre, neste sábado, está no novo percurso traçado para a prova. Pela primeira vez na sua história a tradicional corrida de rua não terá seu desfecho na Avenida Paulista e ganhou a inclusão de um longo trecho de declive no seu encerramento, ao longo da Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o Obelisco do Parque Ibirapuera.

Foto: Divulgação
Largada da São Silvestre em 2010 na Avenida Paulista
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Para atletas e técnicos, essa mudança pode dar nova dinâmica à prova, mas também abre brecha para que haja um aumento do risco de lesão dos corredores, principalmente daqueles que não estão acostumados com longos trechos de descida. Além do trecho final, há também um longo trecho de descida há alguns quilômetros, na entrada da Avenida Pacaembu.
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“Essa mudança é ruim por causa da descida, principalmente para os amadores. E não é só a da Brigadeiro. A mudança que teve logo na saída, na Rua Major Natanael (antes da entrada para a (Avenida) Pacaembu é muito perigosa e pode causar problemas no joelho e também probelmas musculares”, disse Nelson Evêncio, preparador físico e presidente da Associação dos Treinadores de Corrida de Rua de São Paulo (ATC). "Profissionais estão mais condicionados a todo tipo de relevo, e não devem sentir tanto", completou.

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Marílson Gomes dos Santos, brasileiro com mais chances de vitória na prova, avalia que o percurso é mais perigoso, mas só poderá ser mensurado depois da prova. O tricampeão da São Silvestre acredita que o risco de lesões aumenta. “Existe, sim, a preocupação por parte de alguns atletas. Talvez seja mais receio, mas vamos ter que esperar. A gente já pôde ver em outras edições, mas acho que hoje não temos como precisar isso. Temos que esperar. E ai pegar as opiniões depois”, disse Marílson.

Foto: Agência Estado
O queniano Martin Lel e Marílson Gomes dos Santos são favoritos a vencerem a prova
Para Evêncio, os atletas amadores, que são maioria dos 25 mil inscritos, correm risco de sofrer sérios acidentes. “No começo da prova a maioria dos corredores estão agrupados e numa descida o risco de acidente aumenta. Claro que torcemos para que nada aconteça, mas é arriscado”, disse o técnico.
Para os favoritos estrangeiros a vencerem a prova, a mudança de percurso não altera a estratégia de prova. "É a primeira vez que estou no Brasil. Não vamos ter problemas pela mudança de circuito, vou fazer o meu melhor. Todos nós estamos muito bem treinado. A descida não é problema", disse o estreante da prova, Matthew Kisori, queniano de 22 anos.
Entre as atletas brasileiras, a rejeição quanto ao novo percurso é menor e gera até piadas. "Ter mais descida, ainda mais depois de uma longa subida é bom. E até me ajuda. Eu tenho Santos no meu sobrenome e dizem que para baixo todo santo ajuda", disse Marily dos Santos, terceira colocada na edição de 2010.

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