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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Blitz causa mal-estar entre Detran e PRF

Blitz causa mal-estar entre Detran e PRF

Imagens mostram o momento da abordagem ao motorista. Agente do Detran, Marcos Lucena, alegou abuso. Imagem: FOTOS: TV CLUBE/REPRODUÇÃO
Uma abordagem de rotina da operação Lei Seca acabou gerando um mal-estar entre dois órgãos de fiscalização e controle de trânsito das esferas estadual e federal. Na madrugada de ontem, um empresário foi parado numa blitz na Avenida Antônio de Góes, no Pina, Zona Sul do Recife. Recusando-se a fazer o teste do bafômetro, ele chamou o genro que é agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para intervir. Houve discussão entre o policial e os agentes do Detran-PE. Quando o empresário já havia sido liberado, três viaturas da PRF chegaram ao local, sendo duas delas do Núcleo de Operações Especiais (NOE), com policiais armados com fuzis. Um dos policiais chegou a dar voz de prisão a um agente do Detran. A PRF em Pernambuco abriu sindicância para apurar se houve abuso de poder por parte dos policiais.

O caso aconteceu pouco depois da meia-noite. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que atua em parceria com o Detran e a Polícia Militar na Operação Lei Seca, o empresário conduzia um automóvel da marca Mercedes Benz. Ao ser parado no bloqueio, na Avenida Antônio de Góes, negou-se a fazer o teste do etilômetro dizendo ser idoso. Os agentes do Detran, então, recolheram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor por julgarem que ele apresentava sinais de embriaguez, como olhos vermelhos e fala embolada.

O empresário ligou para o genro, identificado como Rossiter, que é agente da PRF, mas que não estava a serviço, para ajudá-lo. Minutos depois, Rossiter chegou ao local da blitz e foi conversar com os agentes do Detran. A partir daí, as versões da PRF e do Detran se contradizem. Segundo o agente de trânsito do Detran Marcos Lucena, 31 anos, que integrava a equipe da blitz, Rossiter acusou os agentes de estarem agindo de forma arbitrária por terem retido a CNH do sogro. No meio da confusão, o empresário decidiu descer do carro e fazer o teste do etilômetro, que não identificou presença de álcool no organismo dele. Diante do resultado, os agentes devolveram a habilitação do condutor e o liberaram.

Mas sogro e genro não foram muito longe. “Eles pararam no posto de gasolina a poucos metros da blitz. Vinte minutos depois, chegaram três viaturas da PRF e os policiais vieram em nossa direção”, relatou Marcos Lucena. Armados com fuzis, os agentes federais teriam intimidado a equipe da blitz. “Os PMs que fazem a nossa segurança ainda pediram para eles baixarem as armas, mas não foram ouvidos”, sustentou Lucena.

Segundo a SES, o policial federal Daniel Sitônio Thé chegou a dar voz de prisão ao agente do Detran Adeilson Bezerra de Souza, que operou o etilômetro, alegando que a blitz seria ilegal. “Eles queriam levá-lo para a delegacia, mas os PMs não deixaram”, completou o agente do Detran. A situação só foi resolvida após a chegada do coordenador executivo da Operação Lei Seca, major André Cavalcanti, que abrandou a discussão.

Rossiter não quis conversar com a imprensa sobre o fato. Por meio da assessoria de comunicação da PRF, ele contou que o agente Marcos Lucena teria se exaltado e dito palavras de baixo calão quando o policial mostrou sua carteira funcional. “Ele sacou a carteira para provar que era mesmo agente da PRF”, informou a assessoria. Com medo de uma reação dos agentes, Rossiter teria comunicado o caso ao plantão da PRF, que enviou uma viatura. Homens que estavam em duas viaturas do NOE, que regressavam de Gravatá, ouviram o chamado no rádio e, como estavam próximo ao local, teriam resolvido ir até a blitz. “A equipe não foi lá para intervir no trabalho do Detran, mas para averiguar o que estava acontecendo. Quando algum agente se envolve em qualquer tipo de ocorrência, a PRF vai ao local porque ele pediu ou por meio de denúncia”, explicou o assessor Éder Rommel.

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