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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Economia . A inadimplência nossa de cada dia

Segundo o Banco Central, a soma das dívidas pessoais dos brasileiros chega a R$ 31 bilhões. Por Claudio Carneiro

 Com a ascensão da nova classe média e a oferta de crédito – mesmo que a juros altos -, o consumo está crescendo. E com ele, a inadimplência. Parar de gastar deve ser a primeira atitude de quem está endividado. Este é o conselho de dez entre dez economistas especializados em finanças pessoais. Segundo o Banco Central, a soma das dívidas pessoais dos brasileiros chega a R$ 31 bilhões. O Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor vem em perspectiva de alta há treze meses – praticamente desde junho de 2010.
Economistas da Serasa Experian abraçam-se à ideia de que “um novo ciclo de queda da taxa básica de juros (taxa Selic) também exercerá efeitos benéficos sobre a inadimplência do consumidor por reduzir, ainda que a médio prazo, o custo das dívidas”. Mas, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) – avançando 0,65% em setembro em relação a agosto (0,44%) – aponta na direção contrária.
Curiosamente, o cenário favorável para o bolso do consumidor pode ser também sua cruz. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – feita pelo IBGE – apontam que a renda média por brasileiro cresceu, ao lado de outros fatores positivos como formalidade, jornada de trabalho, salários, benefícios trabalhistas, previdenciários e de programas sociais, além de mudanças demográficas.
Roberto Grejo, diretor da Assessoria Brasileira de Empresas Ltda (ABE) – e que participou no último fim de semana do 5º Congresso Nacional de Recuperação de Crédito – aponta para Opinião e Notícia que a explosão de consumo é decorrente das facilidades de parcelamento e financiamento: “O crédito oferecido por bancos e financeiras a pessoas, que até certo tempo atrás não conseguiam comprar bens de valores que comprometessem sua renda familiar,  fez com que elas adquirissem produtos jamais pensados. Isto não quer dizer que sou contra o consumo. Porém, não houve por parte do consumidor o planejamento econômico e financeiro para honrar estas dívidas”, diagnostica.
Indicadores que apontam a queda do desemprego e da informalidade revelam a melhora do consumo. Esta é a receita da inadimplência. Antes de perder o juízo no shopping center, o brasileiro precisa tomar alguns cuidados. A confecção de uma planilha de receita e despesa seria recomendável: “Deve-se planilhar receitas e despesas – até mesmo o cafezinho – antes de sair às compras”, recomenda Grejo. “Não se deve gastar além das possibilidades econômicas”. O empresário recomenda ainda o investimento do saldo – que se espera credor – e não devedor: “Num eventual problema financeiro pessoal ou familiar, como, por exemplo, a perda do emprego, garantirá o pagamento das dívidas já adquiridas”, recomenda.
Para quem já está endividado, o especialista sugere sempre negociar os títulos que têm taxas de juros mais altas, como cartões de crédito e cheque especial. Até porque tanto operadoras de cartão quanto os bancos estão ouvindo cada vez mais o consumidor, e apresentando soluções para o pagamento da dívida, abrindo, até mesmo, a possibilidade de mais prazo com juros menores: “Não é vergonha alguma solicitar o melhor parcelamento para aquela determinada dívida, negociando-se à exaustão os juros. E, se não lhe couber, negocie, apresentando novas propostas”, conclui.

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