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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Quatro brasileiros morrem na Itália. CICLONE NA SARDENHA

Família brasileira está entre as 17 vítimas da tempestade que deixou rastro de destruição na região sul do país
Roma Pelo menos 17 pessoas morreram em inundações e centenas ficaram desabrigadas depois que um ciclone varreu a ilha mediterrânea da Sardenha, informaram as autoridades italianas ontem.

Além de Arzachena, onde viviam Izael, Cleide e os dois filhos, também foram muito afetadas as cidades de San Gavino Monreale (foto) e Olbia Foto: Reuters

Uma família brasileira, um casal e dois filhos, morreu dentro de casa em Arzachena, aparentemente após ter sido surpreendida por uma torrente de água.

O governo declarou estado de emergência depois que o ciclone Cleópatra despejou 450 milímetros de chuva em uma hora e meia durante a noite, provocando o transbordamento de rios, arrastando carros e alagando casas por toda a ilha.

"Está é uma tragédia nacional", disse o primeiro-ministro Enrico Letta. A declaração de estado de emergência permitirá o envio mais rápido de recursos para as áreas devastadas, já que grandes porções da ilha estão inundadas por água lamacenta que cobre carros e alaga casas. O governo também reservou 20 milhões de euros (27 milhões de dólares) de fundos emergenciais para ajudar nos trabalhos de resgate e limpeza.

O prefeito de Olbia, Gianni Giovannelli, uma das cidades mais afetadas, no nordeste da Sardenha, disse que o alagamento repentino foi "como uma bomba", com uma quantidade de água em 90 minutos semelhante a que cai na cidade de Milão em seis meses.

Giovannelli afirmou que casas da área ficaram cobertas de água até a metade e as equipes de resgate ainda buscam vítimas. "Acabamos de encontrar uma criança morta que estávamos procurando a noite toda", disse ele à televisão SkyTG24.

Além das vítimas, o desastre levantou dúvidas sobre o quanto os governos locais da Itália, carentes de recursos e sob crescente pressão financeira depois de mais de dois anos de recessão, estão preparados para lidar com emergências. "Estamos enfrentando uma ocorrência excepcional aqui", declarou o vice-diretor do serviço geológico da ilha, Antonello Frau.

"Vontade de Deus"

Para o pastor evangélico e lavrador Abel Passoni, 72, a morte do filho, da nora e dos dois netos na Itália foi "vontade de Deus".

O casal Izael Passoni, 42, Cleide Mara, 39, e os filhos Weriston, 20, e Laine Kellen, 16, estão entre as 17 vítimas.

"Essas coisas Deus permite que aconteçam e não temos o que fazer. E não tem mais nenhum para consolar a gente. Foram todos", disse um resignado Abel, em Divinolândia (SP), na divisa com Minas Gerais.

"A água subiu três metros acima do nível do porão. Teve gente que tentou ligar para eles, para avisar da tempestade, mas lá não pega telefone. Eles não acordaram", lamentou. O pai de Izael diz que o filho, que estava com a família há oito anos na Europa, incluindo a Espanha, planejava voltar ao Brasil em novembro de 2014. 

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