Abalos sísmicos assustam cidade do interior de MG

Belo Horizonte (AE) - Três abalos sísmicos assustaram moradores de Montes Claros (MG) na madrugada de ontem. Os tremores de terra foram registrados à 1h48, 2h20 e 4h20, sendo que o primeiro foi o mais intenso, com magnitude estimada em 3 graus na escala Richter, segundo o Observatório Sismológico (Obsis) da Universidade de Brasília (UnB). Segundo o Corpo de Bombeiros, a população fez 300 ligações para a corporação no momento dos abalos, mas não houve registro de vítimas e os danos materiais se restringiram a objetos que caíram de prateleiras.

girleno alencar / hoje em diaBombeiros recebaram 300 chamados, mas prejuízo foi mínimo

De acordo com o Obsis, desde 2009 foram registrados 13 tremores de terra em Montes Claros, sendo que dois deles tiveram epicentro a 16 quilômetros da cidade e os demais, no próprio município, que está sobre uma falha geológica. Segundo o observatório, todos os abalos tiveram magnitude em torno de 3 na escala Richter.

O último havia sido registrado às 10h22 do dia 10 de outubro de 2011, com magnitude de 2,6 graus. Às 20h29 do dia 3 de março do ano passado, o Obsis havia registrado tremor com magnitude de 3,2 graus, o mais forte nos últimos três anos. Ainda de acordo com o observatório, os abalos registrados nesta segunda-feira tiveram a magnitude apenas estimada porque a estação sismográfica instalada em Caraíbas, distrito de Itacarambi, também no norte de Minas, "não enviou os seus dados". "Sismos com magnitude a partir de 1 são detectados por esta estação", informou o Obsis.

Foi em Caraíbas que, em 9 de dezembro de 2007, Jessequele de Oliveira Silva, de 5 anos, morreu atingida por uma parede da casa da família que ruiu quando a comunidade foi atingida por um tremor de 4,9 graus na escala Richter. Ela foi a primeira vítima de um abalo sísmico no País.

Outras seis pessoas ficaram feridas por causa da destruição causada pelo tremor. Devido à frequência deste tipo de fenômeno na região, o Obsis afirmou que "entendimentos vêm sendo mantidos entre o observatório, a Secretaria de Defesa Civil do governo de Minas Gerais e a Universidade de Montes Claros para a instalação de uma estação sismográfica permanente.