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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mãe culpa o Samu e a prefeitura

Eu vou procurar um advogado e entrarei na justiça. Quero meus direitos pelo que fizeram com o meu filho”. Geane Brito, mãe de Matheus Brito da Silva, de 3 anos – que teve a morte declarada no último domingo após passar quase uma semana internado devido a um engasgo por caroço de pitomba -, atribui a culpa da morte ao tratamento recebido pelo filho. “Existiram erros no Samu e na UPA. A demora no atendimento foi fatal”, reclamou.

ADRIANO ABREUO pequeno Matheus foi sepultado no Cemitério Bom Pastor II sob forte comoção dos familiaresO pequeno Matheus foi sepultado no Cemitério Bom Pastor II sob forte comoção dos familiares
Na manhã de ontem, mais de 50 parentes e amigos da família de Matheus foram até o cemitério Bom Pastor II prestar as últimas homenagens. O ambiente em meio ao sepultamento da criança ainda era de revolta e indignação. “Ele entrou na ambulância do Samu chamando pelo tio, ele estava vivo, e não conseguiram resolver. Chamaram outra ambulância para levá-lo”, disse a mãe, Geane.

Ilson Garcia, de 30 anos, mora na rua Rio Salgado, conjunto Niterói – Redinha -,  e é vizinho da família. Foi ele quem primeiro se prontificou a ajudar Matheus. “Estava levando o menino para o hospital quando encontrei a ambulância do Samu. Eles estavam  atendendo alguém que havia sofrido um acidente de moto. Os socorristas não conseguiram tirar o caroço e, ao invés de levarem a criança para o hospital, chamaram outro veículo”, esclareceu Ilson.

Segundo ele, cinco minutos foi o intervalo para a outra ambulância chegar e continuar prestando socorro. “Depois, eles o levaram para a UPA e nem sabia onde era a entrada. Deram voltas até conseguir. O tempo era precioso para Matheus e foi desperdiçado”, complementou o vizinho, dizendo que o caroço só foi retirado na Unidade de Pronto-Atendimento.

Apesar de o secretário de Saúde do município, Thiago Trindade, ter dito à TRIBUNA DO NORTE que a demora na transferência do menino para a UTI pediátrica “não foi significativa para a evolução do quadro”, a mãe apresenta indícios que atestam o contrário. Matheus levou 36 horas para ser levado da UPA de Pajuçara para a UTI do hospital Antônio Prudente. “A assistente social da UPA me procurou e disse que eles não tinham condições de cuidar do meu filho. Ela me deu um documento e disse para procurar a justiça. Procurei a reportagem e no outro dia o secretário achou uma UTI”.

O caixão com menos de um metro e meio de comprimento foi coberto de areia às 11h30 de ontem no cemitério Bom Pastor II. Matheus foi sepultado com as mãos entrelaçadas e sob uma chuva de flores brancas.

Secretário

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE trouxe na edição de ontem a palavra do secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade. “Adianto que o ponto crítico foi a demora para a retirada do caroço, que o fez ficar sem oxigenação do cérebro. Discordo que o fato de estarmos sem UTI para transferi-lo tenha contribuído decisivamente para a morte de Matheus”, disse Thiago, na oportunidade.

Segundo ele, não houve chamado da família para o Samu. “Eles encontraram uma ambulância no caminho do hospital e aproveitaram para pedir socorro. Os socorristas não se negaram a prestar atendimento”.

“Não existiam UTIs disponíveis em Natal, nem no serviço público nem no privado. Se fosse minha filha ali, ela teria sofrido a mesma coisa. Sentimos pela família, mas não vejo responsabilidade nossa. Todos os procedimentos necessários foram realizados”, concluiu o secretário Thiago Trindade.
fonte. TRIBUNA DO NORTE

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