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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PF prende pai que planejava abusar da filha quando nascesse

Da Redação, com Estadão Conteúdo (redacao@correio24horas.com.br)
Atualizado em 15/10/2014 19:41:58
  
PF apreendeu material em operação (Foto: Divulgação/PF)
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira 51 pessoas durante a Operação Darknet, de combate à pedofilia, em 18 Estados e no Distrito Federal. Outras quatro haviam sido presas ao longo da investigação, que começou em Porto Alegre, há cerca de um ano. Pelos menos cinco países - Portugal, Itália, Colômbia, México e Venezuela - foram avisados de que há suspeitos de conexões com a mesma rede em seus territórios.
A investigação chegou à chamada Deep Web, uma área da internet que não é rastreada pelos navegadores comuns, na qual estão, entre outros, sites de intranet de empresas e corporações. A rede de pedofilia descoberta aproveitava a possibilidade de exibir e acessar imagens e trocar informações às escondidas nesse ambiente que também é conhecido como “internet invisível”. Foi a primeira vez que uma investigação feita na América Latina chegou à prática de crimes na Deep Web, algo que só havia ocorrido nos Estados Unidos e Inglaterra.
Entre os presos, estão um agente penitenciário, um seminarista e até um pai que planejava abusar da própria filha quando esta nascesse. "Ele disse que iria abusar da própria filha, e no momento da prisão, ele reconheceu isso em frente da esposa e de toda a equipe, foi uma coisa muito chocante. O nível de crueldade do que aparecia nesses vídeos e nessas fotografias chocam qualquer cidadão, até policial que está acostumado com isso pode passar mal", afirmou o superintendente da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, Sandro Carion.
A prisão deste homem que planejava abusar a filha ainda não nascida foi realizada antes da operação deflagrada hoje, por conta dos risco potencial de abuso. "Optamos por antecipar as prisões porque tínhamos informações de que tinham acesso a crianças e que iam consumar os atos", acrescenta o delegado. Seis crianças que sofriam ou poderiam sofrer abusos foram resgatadas pela polícia. "Se o resultado da investigação tivesse sido apenas o resgate dessas crianças, já teria valido a pena", diz Carion.
A Polícia Federal não divulgou informações como nome dos presos, circunstâncias, local e o que se atribui a cada um. Confirmou apenas que 500 policiais saíram para cumprir 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva no Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
A maioria das prisões foi efetuada em flagrante e entre os presos estão pelo menos um funcionário de uma secretaria estadual de segurança, um policial militar, um seminarista e empresários. Policiais que participaram da operação disseram que não há um perfil definido dos pedófilos, que são de diversas classes sociais e profissões.
Em entrevista coletiva, a delegada Diana Calazanas Mann, o delegado Rafael França, o agente Luiz Walmocyr e o superintendete Carion demonstraram revolta, mesmo com toda a experiência que têm, porque entendem que nada pode ser pior do que as crianças sofreram.
"Quando se fala em produção de pornografia infantil estamos falando de abuso sexual”, destacou Diana. “Não há pornografia infantil sem abuso, uma criança foi abusada para que se produzisse o material pornográfico”. Entre os abusadores estão pessoas no núcleo familiar das vítimas. Alguns não se limitam a receber e compartilhar material, mas também gravam cenas de suas vítimas e distribuem para seus contatos.
Na Bahia, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Camaçari e Alagoinhas, inclusive em uma empresa de servidor de internet.

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